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Brasil registra alta de 30% nas apreensões de armas de uso militar, segundo levantamento

Apreensões de fuzis, munições e equipamentos restritos subiram de 1.929 em 2019 para 2.581 em 2023, aponta Instituto Sou da Paz

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Apreensão de fuzis no Rio de Janeiro | Foto: reprodução/Agência Brasil
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As apreensões de fuzis, metralhadoras e armas de uso exclusivo do Exército cresceram mais de 30% no país, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz. O Rio de Janeiro lidera as ocorrências. O Ministério Público afirma que novas provas indicam o envolvimento de policiais no desvio desse armamento.

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Na megaoperação realizada no mês passado nos Complexos da Penha e do Alemão, foram apreendidas 120 armas de diversos calibres, a maioria de longo alcance. O resultado foi comemorado pelos órgãos de segurança.

No entanto, pelo menos dois fuzis encontrados na rua e dentro de uma casa não entraram nos números oficiais. Um deles, modelo AK-47, estava na cozinha de uma residência usada por criminosos e tinha partes de madeira envernizada. Há suspeita de que a arma tenha sido desmontada e levada em uma mochila por policiais militares.

Na sexta-feira (28), cinco policiais do Batalhão de Choque foram presos por indícios de crimes durante a operação, e um sexto foi indiciado. Além do desvio de armas e objetos, houve o furto de peças do carro de um morador.

O Ministério Público informou que eles vão responder por peculato, crime praticado por agente público, e por furto qualificado. As câmeras corporais registraram toda a ação.

Ainda não há informação sobre o paradeiro das armas. A suspeita é que tenham sido repassadas ao crime organizado. Fontes da área de segurança afirmaram ao SBT que um fuzil AK-47 pode ser vendido por até 70 mil reais no mercado clandestino.

O Ministério Público avalia que os fuzis podem ter sido entregues ao Comando Vermelho, alvo da operação, e reforça que o episódio ilustra o avanço das armas de uso militar no território brasileiro.

O levantamento do Instituto Sou da Paz analisou quase 7 mil armas apreendidas nos estados da Região Sudeste entre 2019 e 2023. O estudo indica um aumento de 33,7% no armamento de uso militar, que passou de 1.929 apreensões em 2019 para 2.581 em 2023.

A região concentra quatro em cada dez apreensões de armas de fogo no Brasil, impulsionada pelas rotas de contrabando que passam por Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

O Rio de Janeiro lidera as apreensões de fuzis, metralhadoras e submetralhadoras. Os fuzis representam 10% de todo o armamento recolhido no estado, seguido por São Paulo.

Segundo Bruno Langeani, coordenador do estudo, no Rio a demanda é maior por causa das disputas territoriais entre facções. O acesso também ficou mais fácil após a lei de 2019, que permitiu a civis adquirir esse tipo de armamento com registro de colecionadores, atiradores e caçadores, além do avanço da fabricação clandestina.

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