Bandidos alugam imóveis por temporada para roubar condomínios em SP
Crimes fazem edifícios questionarem permissão para o serviço
Bruna Macedo
No bairro nobre do Panamby, em São Paulo, câmeras de segurança registraram dois dos cinco integrantes de uma quadrilha chegando ao local da estadia. O grupo utilizou documentos falsos para alugar um apartamento por temporada por meio de um aplicativo. O objetivo era roubar unidades do condomínio que não possuíam fechadura eletrônica, o que facilita a invasão.
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Durante a ação, os assaltantes levaram relógios de luxo, roupas de grife, joias, sapatos, bolsas, aparelhos eletrônicos e objetos com valor sentimental para os moradores. Depois, deixaram o local pela porta da frente, sem levantar suspeitas.
Outro caso semelhante ganhou repercussão nas redes sociais, desta vez no Brás. Os criminosos se passaram por hóspedes e, além de roubar o apartamento, deixaram o local completamente bagunçado. A administradora de imóveis Daniela Duek, que gerencia 30 unidades alugadas por aplicativos, registrou em vídeo o estado em que encontrou o apartamento: "Para minha surpresa, roubaram minha TV", disse.
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Daniela contou que ficou paralisada ao ver a cena e demorou para acreditar no que havia acontecido, mas ressaltou que a plataforma de locação reembolsou o prejuízo rapidamente.
Casos como esses fazem condomínios questionarem esse tipo de serviço. É que parte dos moradores acabam ficando contra a locação por medo.
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A quem cabe decidir sobre aluguel por temporada?
Segundo o advogado Rodrigo Karpat, presidente da OAB Nacional e de São Paulo na área condominial, cabe à convenção do condomínio decidir se esse tipo de aluguel será permitido ou proibido.
Em São Paulo, um condomínio adotou medidas para reforçar a segurança. Além de exigir documentação dos hóspedes, agora controla o acesso às áreas comuns. Para entrar na piscina, por exemplo, é necessário pedir autorização na portaria, permitindo um registro mais rigoroso dos frequentadores.
Roberto Moura, síndico profissional, explica que os principais problemas não estão ligados a furtos, mas sim ao comportamento de alguns hóspedes, o que também poderia acontecer com moradores fixos.