Moradores protestam após morte de adolescente agredido em escola
População criticou segurança e cobrou Justiça para o caso, registrado em Praia Grande (SP)
Após a morte do adolescente de 13 anos agredido em uma escola de Praia Grande, no litoral de São Paulo, pais de alunos e moradores protestaram em frente à instituição de ensino. A população cobrou Justiça para o caso e mais segurança.
Carlos Teixeira morreu uma semana após a grave agressão cometida por outros estudantes. O pai de Carlos revelou que o filho sofria agressões constantemente, bullying e tinha medo de ir ao colégio.
Segundo relatos de testemunhas ao SBT, cenas como essa são comuns na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande. "Fizeram isso com meu filho. Foram sete pessoas que bateram nele dentro do banheiro. Sete pessoas agrediram ele”, conta a segurança Tatiane Bueno.
População critica conduta da polícia, diretores e professores
Durante a manifestação, a Polícia Militar e a Guarda Municipal foram ao local. Segundo um morador, um policial chegou “apontando a arma para os pais”. “Acha isso normal? Um policial desequilibrado. Se nós temos um policial desequilibrado desse jeito, imagina... Vai esperar o quê?”, criticou.
“Eu sou mãe de um ex-aluno. Essa escola aí já chegou no limite”, disse outra moradora. “A minha sobrinha estuda nesse colégio. Ela também já foi vítima de massacre dentro do banheiro. Eles não tomam conta das crianças. Entram os ‘moleques’ de fora, a hora que quer, saem a hora que quer”, relatou outra.
Um funcionário da escola, ao ser questionado pela reportagem do SBT, agiu com truculência, sem responder. Outros moradores que conheciam o garoto relataram que a família do jovem já tinha feito reclamações sobre outras violências sofridas pelo menino, mas nada foi resolvido.
Menino foi medicado e liberado; dias depois, morreu no hospital
A violência foi cometida no último dia 9 de abril. Carlos foi jogado no chão e outros adolescentes pularam sobre as costas dele. O jovem passou a sentir dores e falta de ar. Na unidade de atendimento, o garoto foi medicado e liberado.
"Chegou lá, o médico só deu injeção e mandou para casa. Semana toda, injeção, casa. Negligência, não fizeram exame, nem nada”, revela o pai do menino. Carlos piorou, com mais dores e falta de ar, e foi levado à Santa Casa de Santos, onde morreu após dois dias internado.
Exames no IML vão tentar esclarecer a causa da morte. Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que está avaliando o atendimento da UPA ao estudante. Já a Secretaria Estadual da Educação disse que abriu um procedimento interno sobre o caso. A Secretaria de Segurança Pública afirmou que a polícia investiga a morte como "suspeita". Não há informações sobre os agressores.