Anac cassa certificado de operador aéreo da Passaredo
Agência encontrou falhas graves e persistentes nos protocolos de segurança do grupo Voepass; empresa não pode mais recorrer da decisão

Rafael Corrieri
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cassou nesta terça-feira (24) o Certificado de Operador Aéreo (COA) da Passaredo Transportes Aéreos, a principal empresa do grupo Voepass. Em 9 de agosto de 2024, um avião operado companhia área caiu em Vinhedo deixando 62 vítimas. Depois do acidente, a Anac começou a investigar a empresa.
Durante a fiscalização, a Agência identificou falhas "graves e persistentes" no Sistema de Análise e Supervisão Continuada (SASC) da companhia, como a falta de realização de algumas inspeções obrigatórias. A empresa foi notificada pela Anac sobre os problemas, que foram corrigidos inicialmente, mas depois voltaram a ocorrer..
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"É importante ressaltar que problemas operacionais podem ser encontrados e corrigidos em empresas aéreas. No entanto, o que a Anac identificou, no caso da Voepass, foi a perda de confiabilidade dos mecanismos internos de detecção e correção de problemas, além da caracterização de um desvio dos procedimentos de manutenção estabelecidos para a empresa. Ou seja, a estrutura da empresa deixou de oferecer garantias de que eventuais falhas seriam tratadas antes de comprometer a segurança das operações", afirmou a Anac em nota.
As operações aéreas da companhia estavam suspensas cautelarmente pela Anac desde 11 de março de 2025. A decisão desta terça-feira (24) de cassar o COA é final, ou seja, não cabe mais recursos. A empresa também foi multada em R$ 570,4 mil.
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O SBT News entrou em contato com a Voepass, mas não recebeu uma resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso a empresa se manifeste.
No dia 22 de abril, a Voepass entrou com um pedido de recuperação judicial. O documento afirma que a empresa tem uma dívida de mais de R$ 400 milhões. Desde a tragédia em agosto de 2024, a empresa enfrentava uma forte crise financeira.
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