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Morre o escritor e filósofo quilombola Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo

Pensador morreu após sofrer parada cardiorrespiratória; autor e ativista assinou artigos e livros sobre a luta do povo negro

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Morre o escritor e filósofo quilombola Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo (Reprodução/Instagram)
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O escritor, filósofo, ativista, professor e poeta quilombola Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo, morreu nesse domingo (3.dez), aos 63 anos. Segundo o perfil Roça de Quilombo no Instagram, o pensador sofreu uma parada cardiorrespiratória no hospital de São João do Piauí (PI) no fim da tarde de ontem e não resistiu.

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Autor de artigos e livros sobre a luta do povo negro, Bispo atuou em organizações como a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (Cecoq-PI) e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). 

Bispo nasceu em 10 de dezembro de 1959, no vale do Rio Berlengas (PI), e passou boa parte da sua história no quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí.

Uma das criações do pensador foi o contracolonialismo, uma forma de defender e fortalecer manifestações culturais, coletivas, sociais e simbólicas dos povos tradicionais, como indígenas e quilombolas.

Na visão de Bispo, o conceito é um "antídoto" contra o colonialismo, definido por ele como um "veneno". Nesse sentido, a oralidade funciona como uma das principais ferramentas contra a hegemonia colonial. 

Repercussão

Em nota, a Conaq lamentou a morte de Bispo e disse que o filósofo deixou "contribuição inestimável para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola". "Que sua memória inspire e ilumine o caminho daqueles que seguem a luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas", completou.

Em publicação no X (antigo Twitter), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil "perdeu um importante intelectual quilombola" e descreveu o professor como "um ativista social importante das comunidades tradicionais que constituem parte importante da nossa identidade".

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, escreveu na rede social que o pensador "deixa um legado inesquecível para a cultura nacional". A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi na mesma linha e considerou que o escritor "deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro".

Deputados se manifestaram, também por meio da rede social. Guilherme Boulos (PSOL-SP) reforçou que o professor é "uma grande referência na luta quilombola e anticolonial".

Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) classificou Bispo como "um dos maiores pensadores da nossa época". Célia Xakriabá (PSOL-MG) falou que o pensador "deixa um legado inegável guiado pela força da ancestralidade".

*Texto atualizado às 11h52

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