Pesquisa aponta pontos de ônibus como locais mais inseguros
Estudo da CNI analisou a mobilidade urbana no país
Congestionamento, insegurança, atraso, falta de acessibilidade. A mobilidade urbana ainda é um desafio para as grandes cidades brasileiras. O diagnóstico é da Confederação Brasileira da Indústria (CNI), que ouviu mais de duas mil pessoas em cidades com mais de 250 mil habitantes. Para 57% por cento dos entrevistados, a mobilidade urbana simplesmente não avança no país.
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"O Brasil passou por um processo de urbanização acelerado, de modo que a oferta de infraestrutura para mobilidade urbana não acompanhou esse processo. Historicamente o país vem subinvestindo no setor", diz Ramon Cunha, especialista em infraestrutura da CNI.
O meio de transporte mais bem avaliado foi o carro de aplicativo (64%). Em segundo, aparece o metrô (58%), seguido do trem (38%), táxi (30%), e por último, o ônibus (29%), justamente o mais utilizado. As reclamações mais comuns são relativas à falta de conforto, de pontualidade e de limpeza. Mas campeã, mesmo, é a sensação de perigo. É no ponto de ônibus que os usuários se sentem mais inseguros, de acordo com a pesquisa. Numa escala de 0 a 10, a nota mal ficou em 3, a 1.
"Eu volto 10, 11 horas da noite, às vezes não tem ninguém e o ônibus demora bastante. Já fui assaltada duas vezes dentro do ônibus. Uma vez a bolsa com o celular, e outra só o celular", conta a ajudante de cozinha Leidiane Santos.
Uma empresa de mídia usou a tecnologia para propor uma solução paliativa. Uma mulher sozinha no ponto poderá acionar a internet no telão e ganhar a companhia virtual de uma atendente até o ônibus chegar. O plano é instalar 100 totens como esse em São paulo, no Rio de janeiro e em Campinas, as cidades com mais queixas de insegurança nos pontos.
Por enquanto, isso ainda é uma realidade muito distante para a imensa maioria da população. Segundo a cni, falta investimento do poder público. "No último ano, por exemplo, investimos cerca de R$ 6 bilhões em mobilidade urbana, enquanto deveríamos investir o dobro disso para modernizar nossa infraestrutura", analisa Cunha. "Estimular os usuários para que eles possam utilizar o transporte público perpassa por certamente superar certos gargalos. A segurança é um deles."