Brasil teve mais de 3,5 mil mortes de crianças indígenas de até 4 anos entre 2019 e 2022
No mesmo período, país registrou 795 homicídios de indígenas e 1.133 casos envolvendo patrimônio
Entre 2019 e 2022, o Brasil registrou 3.552 mortes de crianças indígenas de até 4 anos de idade. Esse e outros dados estão no relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, divulgado nesta 4ª feira (26.jul) pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
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Em 2022, foram 835 mortes de crianças indígenas de até 4 anos, 82 a menos do que o registrado em 2021. Amazonas (233), Mato Grosso (133) e Roraima (128) foram os estados que mais tiveram óbitos nessa faixa etária.
Em relação a assassinatos, o país teve 795 homicídios entre 2019 e 2022. No ano passado, foram 180, 23 a menos do que em 2021: Roraima (41), Mato Grosso do Sul (38) e Amazonas (30) lideraram em número de ocorrências. Apenas os estados de Goiás e Rondônia não registraram mortes violentas de indígenas.
Casos envolvendo invasões, exploração ilegal de recursos naturais e danos a patrimônio indígena chegaram a 1.133 entre 2019 e 2022. Em 2022, foram 467 ocorrências, contra 423 de 2021.
"O ano de 2022 representou o fim de um ciclo governamental marcado por violações e pela intensificação da violência contra os povos indígenas no Brasil. Como nos três anos anteriores, os conflitos e a grande quantidade de invasões e danos aos territórios indígenas avançaram lado a lado com o desmonte das políticas públicas voltadas aos povos originários, como a assistência em saúde e educação, e com o desmantelamento dos órgãos responsáveis pela fiscalização e pela proteção destes territórios", diz a introdução do relatório.
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