Venda de veículos elétricos cresce 58% no primeiro semestre de 2023
Com mais carros deste tipo circulando, aumenta também a demanda por postos de carregamento de energia
Simone Queiroz
Uma pesquisa da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indica um crescimento de 58% na venda de veículos elétricos no Brasil, no primeiro semestre de 2023.
Com cada vez mais carros deste modelo nas ruas, aumenta também a demanda por postos de carregamento de energia pelas cidades. No entanto, há várias restrições à instalação do serviço, principalmente em condomínios.
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A tendência é que prédios novos já ofereçam estrutura para carregamento nas vagas de garagem. Em edifícios antigos, porém, essa facilidade precisa ser discutida entre os moradores, conforme explica o doutor e especialista em Direito do Consumidor pela PUC de São Paulo, Arthur Rollo.
"O morador não pode chegar, pura e simplesmente, e colocar na tomada do prédio, porque isso vai representar um custo para todos os demais moradores", diz o advogado.
Além disso, é fundamental um estudo técnico para saber se o prédio comporta a expansão da rede. "Há dois riscos: o elétrico e o de incêndio. Pode gerar choques elétricos. Isso é muito importante, que todo esse sistema seja conforme as normas, e seja pensado de forma coletiva, para diminuir esses riscos, evitando catástrofes", alerta o diretor da ABVE, Vinício Carrara.
No condomínio onde o David mora, na zona oeste de São Paulo, o tema entrou em pauta depois que ele decidiu trocar de carro e adquirir um modelo elétrico. A construção tem 34 anos, então, foi preciso fazer adaptações que vão além da tomada na garagem.
Após a aprovação em assembleia, o edifício contratou uma empresa para levar os cabos de energia por uma calha, até a vaga de todos os 38 apartamentos. A obra custou R$ 80 mil.
"Excelente, não ficou uma solução para um único morador. Aqui, todo mundo vai ter direito a colocar em sua vaga energia para carregar seus futuros carros", observa o empresário David Kamkhagi.
Mas, quem paga pela energia usada pelo David? Ele mesmo. O consumo vem incluso na conta de luz do apartamento.
"De cada relógio, de cada apartamento, parte uma instalação, que vai até a garagem. E, a partir desse momento, cada condômino faz a instalação, dependendo do carro e o carregador a ser instalado. Mesmo que você não tenha o carro hoje, um dia você terá", conclui o síndico do condomínio, Francisco Colloca, acrescentando que o edifício passou por uma valorização após a instalação dos postos de carregamento.