RJ: Polícia Civil e MP prendem 28 em operação contra golpe do falso anúncio
Vítimas do grupo eram rendidas ao chegar no suposto local de venda
SBT News
O Ministério Público e Polícia Civil do Rio de Janeiro prenderam, nesta 4ª feira (28.jun), 28 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que aplica golpes com falsos anúncios em plataformas de market place. Foram cumpridos 54 mandados de prisão e 55 de busca e apreensão em Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Queimados e São Gonçalo.
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De acordo com as investigações, as vítimas eram atraídas por um falso anúncio de venda de carros. O lugar combinado para mostrar os veículos pelo suposto vendedor era sempre próximo a algum acesso da Comunidade Parque São José, no Complexo de Santa Tereza, em Belford Roxo. Chegando no local, as vítimas eram rendidas e levadas para o interior da comunidade.
Lá, os criminosos exigiam transferências de valores por meio de Pix e solicitavam empréstimos nos aplicativos das instituições financeiras. Além disso, os cartões bancários dos sequestrados eram utilizados em máquinas de pagamentos registradas em CPFs e CNPJs dos próprios criminosos.
Com o intuito de conseguir ainda mais dinheiro, os integrantes da organização criminosa agrediam as vítimas que, por vezes, foram torturadas, segundo a força-tarefa. Algumas relataram que foram sufocadas por meio de asfixia mecânica com sacos plásticos. Outras relataram terem sido agredidas até mesmo com "tijoladas". Enquanto eram agredidas e torturadas, os criminosos faziam videochamadas para familiares exigindo vultosas quantias em troca de suas vidas.
A organização criminosa atuava sob o comando de Lázaro da Silva Alves, conhecido como Corinthians, e Leandro dos Santos Sabino, chamado de Flamengo, ambos apontados pela investigação como chefes do tráfico de drogas da Comunidade do Parque São José. Os dois foram identificados pelo MPRJ como responsáveis por autorizar e determinar a execução efetiva dos crimes.
Ainda segundo a denúncia, a organização criminosa é dividida pelos seguintes núcleos: anunciantes, braço armado, operadores de máquinas de cartão, beneficiários de Pix e receptadores dos aparelhos celulares das vítimas.
Pelo menos 35 pessoas caíram no golpe. O prejuízo é estimado em mais de R$ 600 mil, em um ano.