Volkswagen alega "estagnação do mercado" e suspende produção de carros no Brasil
Decisão impacta três fábricas em São José dos Pinhais, Taubaté e São Bernardo do Campo
A Volkswagen anunciou, na 3ª feira (28.jun), que irá paralisar a produção de carros no Brasil devido à "estagnação do mercado" automotivo. A decisão impacta três fábricas da montadora alemã no país, localizadas no município de São José dos Pinhais, no Paraná, e nas cidades de Taubaté e São Bernardo do Campo, em São Paulo.
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O anúncio ocorre em contraste com as medidas de incentivo ao carro popular, adotadas pelo governo federal para baratear veículos que custam até R$ 120 mil. Mesmo com os créditos, ainda não houve reflexo no número de carros licenciados, o que, para a Volkswagen, reflete a estagnação do mercado automotivo.
Na fábrica de São José dos Pinhais, onde é produzido o modelo T-Cross da montadora, metade dos trabalhadores já enfrentam um layoff - suspensão temporária de contratos -, que pode durar de dois a cinco meses. Outra parte dos funcionários parou as atividades entre 2ª feira (26.jun) e 6ª feira (30.jun), mas em regime de banco de horas.
Na unidade de Taubaté, sede das produções do Polo Track e o Novo Polo, os dois turnos de produção estarão interrompidos durante esta semana, também em regime de banco de horas. Já na fábrica de São Bernardo do Campo, onde são produzidos o Novo Virtus, Novo Polo, Nivus e Saveiro, os funcionários entrarão em férias coletivas até 10 de julho.
Incentivo ao carro popular
De acordo com o último levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mais de R$ 400 milhões do volume de crédito tributário autorizado para uso no programa já foram consumidos, sendo R$ 80 milhões pela Volkswagen. O montante equivale a 80% do total de recursos destinados - R$ 500 milhões.
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Os créditos solicitados pelas montadoras são convertidos em descontos para o consumidor na compra de carros com valor de mercado de até R$ 120 mil. Os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, mas muitas empresas têm aplicado margens maiores por conta própria.