"Infância, eu abraço": campanha alerta sobre violência digital contra crianças
Denúncias de armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso sexual infantil cresceram em 2022
Médicos e educadores se reuniram, nesta 3ª feira (13.jun), no terminal de ônibus Jabaquara, em São Paulo, para promover a 2ª Semana de Conscientização e mobilização em prol do desenvolvimento saudável e de prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes. As ações seguem até 6ª feira (16 de jun). Os profissionais abordaram pais e responsáveis e esclareceram sobre os riscos que se escondem por trás das redes sociais.
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Denominado de "Infância, eu abraço", o evento contou com um mutirão interprofissional com participação e apoio de instituições da sociedade civil e entidades médicas, como a Academia Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade e Associação Paulista de Medicina. A organização é da ONG Instituto Olinto Marques de Paulo e da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Para Sara Assis, coordenadora do Instituto Olinto Marques de Paulo, a internet não é mocinha e nem vilã. "É uma ferramenta que quando bem utilizada, tem suas super vantagens. E quando mal utilizada, ela pode causar muitos danos a todo mundo", analisa.
Foram distribuídas cartilhas sobre os direitos das crianças. Entre as atrações, um grupo de "palhaços da informação" chamou a atenção para os riscos do uso incorreto das plataformas digitais, como preparação de atentados em escolas, de sequestros, pedofilia e cyberbullying.
Sinal de alerta!
Dados da OnG Safernet indicam que, em 2022, foram contabilizadas 111.929 denúncias de armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil no país. O número é 9,9% maior que os 101.833 computados em 2021. Mas especialistas alertam que os números podem estar subnotificados, já que muitas famílias não sabem identificar crimes virtuais ou não denunciam.
Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), de agosto de 2022, 93% das crianças e adolescentes do país entre 9 e 17 anos estão conectadas. São cerca de 22,3 milhões de pessoas.
Outro levantamento, divulgado em maio de 2023 pelo CCGI.br em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), aponta que 43% dos jovens dessa faixa etária não sabem checar se uma informação é falsa.