Desmatamento da Amazônia pode provocar prejuízo de US$ 317 bilhões por ano
Ação desenfreada impacta biodiversidade brasileira e acelera crise climática

Camila Stucaluc
O desmatamento desenfreado na Amazônia pode gerar um prejuízo de US$ 317 bilhões por ano, uma vez que ameaça as riquezas naturais da floresta e de biomas como Cerrado e Pantanal. A estimativa é do Banco Mundial, que apontou que a expansão da fronteira agrícola destrói a biodiversidade brasileira sem impulsionar a economia.
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Ao todo, 28 milhões de brasileiros vivem em estados amazônicos, dos quais mais de um terço são considerados em situação de pobreza, além de "sofrerem privações sociais consideráveis". Os estado também abrigam cerca de 380 mil indígenas, "cujas condições de vida são piores que as do resto da população brasileira".
"Uma ênfase maior na produtividade, principalmente em outros setores (que não estejam ligados à produção de commodities), impulsionaria o desenvolvimento em todo o país e ajudaria a fortalecer as economias da Amazônia. Ao mesmo tempo, diminuiria a pressão sobre as florestas", disse Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil.
Além de impactar o país economicamente, a instituição financeira afirma que o desmatamento está contribuindo cada vez mais para a aceleração do aquecimento global. Segundo o relatório, o risco da floresta atingir um ponto de inflexão - quando há danos irreversíveis - pode prejudicar a conservação dos serviços ecossistêmicos.
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"O financiamento para a conservação pode desempenhar um papel crucial na promoção de um novo modelo de desenvolvimento para os estados da Amazônia Legal brasileira, monetizando parte do valor da região. Os mercados de carbono podem desempenhar um papel cada vez mais importante, o que se alinha aos esforços do Brasil no sentido de fortalecer a precificação do carbono", recomendou o Banco Mundial.