IBGE começa fase final de coleta de dados para o censo na Terra Indígena Yanomami
O trabalho na Terra Indígena Yanomami vai ser guiado pela Funai e por intérpretes
André Anelli
O IBGE começou nesta 2ª feira (6.mar) a fase final de coleta de dados para o censo demográfico com os povos da Terra Indígena Yanomami.
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A retomada dos trabalhos é resultado de uma força-tarefa criada entre os ministérios do Planejamento, da Justiça, da Segurança Pública, da Defesa e dos Povos Indígenas.
Serão 17 equipes de recenseadores do IBGE, que vão contar com o apoio de militares e policiais, além de helicópteros da Polícia Rodoviária Federal.
O trabalho na Terra Indígena Yanomami vai ser guiado pela Funai e por intérpretes. Em alguns casos, vai haver acompanhamento de agentes da secretaria especial de saúde indígena.
"De um conjunto de mais de 500 comunidades da terra indígena Yanomami, nós vamos visitar agora, nas próximas semanas, cerca de 169 comunidades que nós ainda não tínhamos acessado porque nós dependíamos da logística de helicópteros", diz Fernando Damasco, gerente de territórios tradicionais e áreas protegidas pelo IBGE.
O censo da população Yanomami começou no mesmo período das demais regiões do Brasil, mas, além da dificuldade logística, a falta de segurança em áreas de conflito com garimpeiros ilegais também impediu o avanço dos trabalhos.
De acordo com o IBGE, 21.579 pessoas já tiveram os dados coletados no território Yanomami, em Roraima e no Amazonas. A estimativa é que o número corresponda à metade do total. A previsão é que o levantamento seja concluído em até 30 dias.
A Uhiri Associação Yanomami ingressou uma ação civil pública contra a união para que sejam reparados os danos ambientais, sociais e morais coletivos causados pelo garimpo ilegal na região. A indenização é estimada em R$ 6,6 bilhões. A associação alega que o estado brasileiro foi omisso na defesa do território.
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