Eduardo Leite pede desculpas a Gil por fala xenofóbica de vereador gaúcho
"A gente lamenta muito, não representa o povo gaúcho", disse o político
Rafaela Vivas
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), aproveitou o show do cantor Gilberto Gil, em Porto Alegre, neste sábado (4.mar) e pediu desculpas ao artista pela fala do vereador gaúcho Sandro Fantinel (sem partido), acusado de xenofobia por ofensas ao povo baiano.
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"O Rio Grande do Sul teve um episódio triste na semana passada, um vereador que falou dos baianos. A gente lamenta muito isso, e como você é um representante muito mais da Bahia, do Brasil todo, mas a baianidade que você tem, vim aqui para em seu nome poder pedir desculpas por esse absurdo que ele falou. Não representa o povo gaúcho", disse o governador.
Leite pediu para dar um abraço no músico. "Abrace a Bahia por mim também". Gil agradeceu e destacou que abraça o Rio Grande do Sul inteiro. O governador registrou o momento e publicou nas redes sociais.
Governador @EduardoLeite_ encontra @gilbertogil e faz um pedido de desculpas aos baianos em nome da população gaúcha. pic.twitter.com/LiZLGSK8gq
? Governo do Rio Grande do Sul (@governo_rs) March 5, 2023
Declarações xenofóbicas
Na última semana, após a divulgação do caso de trabalhadores encontrados em situação análoga a de escravo em um alojamento de Bento Gonçalves, durante discurso na Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS), Sandro Fantinel aconselhou produtores de vinícolas da região a não contratarem trabalhadores da Bahia.
"Agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão, eu vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentinos, porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas", afirmou. O político ainda completou dizendo que "a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor".
O político foi expulso do partido Patriota e está sendo investigado pelas declarações xenofóbicas. Na última 5ª feira (2.mar) o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação contra Sandro Fantinel, para que ele seja obrigado a pagar indenização mínima de R$ 250 mil por danos morais coletivos pelas ofensas aos trabalhadores nordestinos encontrados em condições análogas à escravidão.