"Estou sendo crucificado por um presente que eu não recebi", diz Bolsonaro
Ao SBT, nos Estados Unidos, o ex-presidente falou sobre as joias presenteadas pelo governo saudita
Rafaela Vivas
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em resposta ao SBT, neste sábado (4.mar), nos Estados Unidos, que está sendo crucificado no Brasil por um presente que ele não recebeu. A declaração foi em referência as joias que teriam sido trazidas ilegalmente ao País. A entrevista foi após participação do ex-mandatário na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), em Washington.
"Eu estava no Brasil quando esse presente foi ofertado lá nos Emirados Árabes para o ministro das Minas e Energia. O assessor dele que trouxe, num avião de carreira, e ficou na alfândega, eu não fiquei sabendo. Dois, três dias depois a presidência notificou a alfândega que era pra ir para o acerto, e até aí, tudo bem. Nada de mais. Poderia, no meu entender, a alfândega ter entregue via acervo e seria entregue à primeira-dama, o que diz a legislação, ela poderia usar, não poderia desfazer-se daquilo, só isso, mais nada. Eu agora estou sendo crucificado no Brasil por um presente que eu não recebi.", disse Bolsonaro.
Bolsonaro ainda afirmou que até o valor do presente foi um presente pra ele e negou ter enviado avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para reaver as joias. "Até o valor daquilo foi uma surpresa pra mim", disse. "Não mandei nenhum avião da FAB, buscar nada.", completou o ex-presidente.
"Eu vi alguns jornais, de forma maldosa, dizendo que eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso. Me acusam, me crucificam por um presente que eu não recebi e nem a primeira-dama".
Sobre o uso do avião da FAB, também negou o uso de aeronaves. "Não mandei nenhum avião da FAB, porque avião da FAB? Eu não mandei avião da FAB buscar nada. Eu vi uma matéria: o funcionário porque tem estabilidade não entregou. Para de maldade. Eu nunca abusei de autoridade com ninguém. Quando me acusam de cartão corporativo, o meu cartão corporativo particular eu nunca paguei um centavo. Eu nunca paguei um pastel com cartão corporativo. Eu dou agora um extrato do meu cartão corporativo pra vocês", garantiu.
Indagado sobre a volta ao Brasil, Bolsonaro não deu data, mas disse que "pretendo voltar brevemente" ao país.
As joias com diamantes avaliadas em R$ 16,5 milhões eram presentes do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Os bens foram apreendidos pela Receita Federal por não terem sido declarados no momento de entrada no país e ficaram retidos no órgão em razão do não pagamento do imposto de importação.
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