Consumo de energia solar passará a ter nova cobrança
Geradores vão pagar pelo uso da linha de distribuição
Bruna Ostermann
Quem instalou energia solar em casa, no Brasil, vai pagar mais pelo uso do sistema que permite que o consumidor se torne capaz de gerar a própria energia. As distribuidoras controlam a quantidade da produção. Se gastar mais do que produziu, precisa pagar. Se for o contrário, recebe "créditos", que permitem descontos na conta de luz.
Há pouco mais de 3 anos, Seu Júlio colocou placas solares na casa dele. Para instalar o sistema, foi preciso fazer um financiamento. Mas, ele garante: a economia de energia gerada já compensou o gasto.
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"Algo próximo a R$ 40 mil, isso há uns 42, 43 meses atrás. Com certeza, eu já quitei a minha dívida de financiamento", afirma o engenheiro Júlio Gross.
Os usuários desse tipo de serviço são considerados microgeradores, e se enquadravam em uma regra que não cobrava nenhum outro tipo de tarifa. Mas, nesta 3ª feira (07.fev), a Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou o pagamento de uma espécie de "pedágio" pelo uso da rede de distribuição.
O percentual cobrado será regulado pela agência e começa em 4%, mas vai crescer, gradualmente, até atingir 25%, em 2029, conforme explica o coordenador da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a Absolar.
"Se a tarifa é R$ 1, você gera energia, você recebe um crédito de R$ 1 na sua conta. Quando você passa a pagar esse pedágio, quando você gera um Quilowatt/hora, se a tarifa fosse R$ 1, você receberia só R$ 0,75 de crédito", indica o coordenador da Absolar, Guilherme Susteras.
Mesmo assim, a Absolar espera avanço no setor. "É verdade que os novos sistemas passam a pagar esse pedágio, mas também é verdade que a tecnologia continua evoluindo. Então, os sistemas a serem comprados no futuro vão ser mais baratos que os sistemas comprados hoje", conclui Guilherme Susteras.
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