64,6 milhões de brasileiros viviam em pobreza social em 2021, segundo estudo
Entre 2020 e 2021 houve um aumento de 11,7 milhões de pessoas nessa situação no país
Um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) coloca em números o que muita gente já percebeu pelo país.Entre 2020 e 2021 houve um aumento de 11,7 milhões de pessoas em situação de pobreza social no país, com 30,4% da população nesta situação durante a pandemia.
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Essa taxa representa cerca de 64,6 milhões de pessoas e é a maior da série histórica, iniciada em 2012, segundo o estudo Pobreza Social no Brasil: 2012-2021, desenvolvido por pesquisadores do PUCRS Data Social: Laboratório de desigualdades, pobreza e mercado de trabalho. Em São Paulo, a taxa estimada de pobreza social, em 2021, era de 27,3%, ou 12,7 milhões de paulistas.
De acordo com os dados levantados, os grupos mais atingidos no país pelo aumento da pobreza social foram os negros e moradores das regiões norte e nordeste. Enquanto entre os brancos, em 2021, a taxa de pobreza social era de 19,4%, entre os negros ficava em 38,9%.
Em relação às regiões geográficas, em 2021 a taxa de pobreza social era de 36,4% na região Nordeste, 33,9% na região Norte, 29% na região Sudeste, 28,4% na região Centro-Oeste, e 24% na região Sul.
O estudo utilizou como fonte de dados a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e adotou uma medida de pobreza proposta pelo Banco Mundial, que combina os conceitos de pobreza absoluta e relativa em uma mesma medida. Com isso, todos os indivíduos abaixo da linha de extrema pobreza (R$182 per capita, a preços de 2021) são automaticamente considerados em situação de pobreza social. Mas, além destes, também são considerados pobres aqueles com renda abaixo da metade do valor da mediana da distribuição de renda em um dado ano.
Desse modo, segundo Izete Bagolin, pesquisadora do PUCRS Data Social, o estudo "busca atender ao mesmo tempo a preocupação com as necessidades mínimas, essenciais a sobrevivência física e, também, com a desigualdade e o aumento das necessidades humanas decorrentes do crescimento econômico e complexificação do estilo de vida da sociedade."