Condenações que somam mais de 400 anos: os crimes de Sérgio Cabral
Ex-governador do Rio de Janeiro foi solto nesta 2ª, após Justiça do Paraná atender a decisão do STF
Após cumprir pouco mais de 2,2 mil dias de prisão preventiva, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral deixou o presídio em Niterói (RJ) nesta 2ª feira (19.dez) e continuará em prisão domiciliar até nova decisão de Justiça. O político acumulava mais de 400 anos de prisão em meio a condenações por fraude e propina em obras no Rio de Janeiro.
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A operação que gerou a primeira prisão preventiva de Cabral, em novembro de 2016, envolveu o desvio de R$ 224 milhões em contratos entre empresas e o governo do Rio. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o político recebia 5% do valor dos contratos - dinheiro apontado como propina. Deste processo, ele foi condenado a 45 anos de prisão.
Posteriormente, o ex-governador foi acusado de receber propina de empreiteiras e empresários e de cometer lavagem de dinheiro, fraude licitatória e corrupção passiva. Apenas na operação Lava Jato, Cabral foi denunciado em 35 processos - todos eles envolvendo quantias de desvios milionários.
Enquanto estava preso, o político frequentou seis presídios diferentes, passando pelo Rio de Janeiro, Niterói e Pinhais. A última transferência foi realizada em junho, quando Cabral deixou o Grupamento Especial Prisional (GEP) do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro no Humaitá, Zona Sul do Rio, e foi para a unidade prisional da PM, em Niterói.
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Durante o período, as autoridades identificaram regalias atribuídas ao político, como o uso de celular, cigarros eletrônicos e refeições especiais. As atividades incluíam ainda a visita facilitada de parlamentares e a instalação de uma "sala de cinema" para Sérgio, com uma TV de 65 polegadas.
A saída de Cabral
O alvará para soltura do ex-governador foi emitido no início da tarde desta 2ª feira (19.dez), e atende a uma decisão da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) dada na última semana. A maior parte do colegiado entendeu que a pena do político era muito longa, e que ele já havia cumprido seis anos de pena.
Apesar da autorização, a Justiça Federal do Paraná formalizou regras para a prisão domiciliar, tornando obrigatório o uso de tornozeleira eletrônica, o proibindo de mudar de endereço e de receber visitas além de familiares e advogados. A Justiça ainda determinou a proibição de festas no local.