Até 30 pessoas podem estar desaparecidas após deslizamento no Paraná
Trabalhos de resgate seguem sendo realizados na BR-376; duas pessoas morreram
Manoel Costacurta
O tempo mais estável permitiu que os trabalhos de resgate avançassem um pouco nesta 5ª feira (1°.dez), na rodovia BR-376, que teve um trecho engolido pela terra no Paraná. O número de desaparecidos foi revisado e agora a estimativa é de menos de 30 pessoas. Duas mortes foram confirmadas.
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Três dias após a tragédia, o corpo da segunda vítima, o motorista Márcio Rogério de Souza, de 51 anos, foi retirado do local. Os bombeiros conseguiram finalizar a retirada de todos os veículos que estavam visíveis, seis caminhões e cinco veículos de passeio, e, pela primeira vez desde a tragédia, as equipes de reportagem foram liberadas para ir até o local. Um cenário de destruição.
Uma pista da BR-376 já teve a terra removida e as máquinas avançam para liberar a outra. Ainda não há previsão para o desbloqueio total e o trafego continua proibido. O morro ainda assusta e uma equipe de geólogos faz o monitoramento do terreno.
Todo empenho até aqui foi para garantir a segurança das equipes de resgate. A partir de agora, os bombeiros vão poder circular com cães farejadores, para tentar encontrar algum carro, alguma vítima debaixo de toda aquela terra.
O governador do Paraná esteve no local e conversou com os geólogos. Segundo Ratinho Júnior, os técnicos afirmaram que a área não era de risco.
"O que houve foi um deslocamento de uma parte do morro na parte de cima, de trás, que empurrou toda aquela montanha de terra pra baixo, com esse encharcamento que aconteceu no topo do morro", disse o governador.
Os bloqueios causados por deslizamentos nas estradas do estado causam prejuízo estimado de mais de R$ 18 milhões, segundo a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná. Muitos caminhões que transportavam produtos perecíveis perderam a carga.
O seu Edcarlos passava pela rodovia quando teve o caminhão atingido pelo deslizamento. Ele escapou por pouco. Em 34 anos de estrada, nunca viveu nada parecido: "só olhei assim aquele estralo, e descendo árvore, terra, só segurei no volante e me jogou pro outro lado da rodovia. Eu já 'catei' as coisas rapidinho e saí correndo. Fiquei com medo de vir outra avalanche de terra".
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