Aeroporto vira abrigo para imigrantes afegãos fugidos da guerra
Acampados e fugindo do Talibã, população busca dignidade em meio a ajuda de serviços de assistência
Airton Salles Júnior
São 153 pessoas, agrupadas em pelo menos 30 famílias, acampadas no saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Buscando abrigo no Brasil, o número de imigrantes afegãos que fogem da guerra e do regime do Talibã aumenta e a saída é "acampar", provisoriamente, no terminal, à espera de acolhimento.
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Os mais de 150 afegãos desembarcaram em São Paulo entre maio e agosto deste ano. A quantidade preocupa os serviços de assistência social responsáveis pela primeira ajuda a esse grupo, já que é preciso dar dignidade a quem mais precisa.
Muitos, no improviso, dormem em lençóis, cobertores ou colchonetes em um dos corredores do aeroporto. Um mínimo de sobrevivência para quem não tem perspectiva de emprego e dinheiro.
Os imigrantes vieram por meio do visto humanitário concedido pela Embaixada do Brasil no Afeganistão e autorizado pelo governo brasileiro. Com o fim da intervenção militar dos Estados Unidos, após 20 anos, grupos extremistas afegãos tentam tomar o poder. A difícil saída aos afegãos é tentar a sorte em uma nova terra.
Segundo a prefeitura de Guarulhos, mais de 400 afegãos desembarcaram no Brasil de abril até setembro. Sem falar outro idioma e sem parentes, os imigrantes dependem apenas da assistência social para necessidades básicas, como alimentação e moradia.
Uma "casa abrigo" foi aberta na cidade para atender imigrantes de outros países, até que eles consigam algo que garanta estabilidade. O local, porém, não tem vagas suficientes para atender a demanda. Além disso, a Secretaria de Assistência Social de Guarulhos depende do suporte dos governos estadual e federal. Até então, insuficientes.
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