Publicidade
Brasil

Pesquisadores discutem como tornar Cannabis medicinal mais acessível

Frasco com a substância pode custar até R$ 2 mil

Imagem da noticia Pesquisadores discutem como tornar Cannabis medicinal mais acessível
Frasco com extrato de Cannabis (Reprodução/SBT Brasil)
• Atualizado em
Publicidade

Pesquisadores do mundo inteiro se reuniram, no Rio de Janeiro, para discutir propostas para tornar a Cannabis medicinal mais acessível aos pacientes. Eles defenderam a autorização do plantio individual da planta no país.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

O balanço é o brinquedo preferido do João Bernardo, mas a alegria que ele apresenta hoje só começou há um ano, após o menino, que tem epilepsia e grau severo de autismo, iniciar o tratamento com a Cannabis medicinal. "Parece que abriu, assim, o mundo para ele em relação ao brincar", fala a mãe, Angélica Santos. Ainda de acodo com ela, há pouco tempo, o "filho não entendia o que era brincar num escorrega, brincar num balanço".

Um frasquinho com a substância pode custar até R$ 2 mil. Para pagar menos, Angélica recorreu a uma associação de apoio a pacientes. "Conseguimos diminuir bastante as medicações que ele já tomava a vida inteira", afirma a mulher. Somente no ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, em média, 88 pedidos de importação de Cannabis medicinal por dia. Mas o preço ainda é um obstáculo para a maioria dos brasileiros que precisam da substância. Por isso, médicos e pacientes vêm se unindo pela legalização do cultivo da planta no país, exclusivamente para a produção do medicamento.

No mês passado, em decisão inédita, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou três pessoas a plantar, Cannabis para extrair o óleo medicinal, sem correrem o risco de sofrer repressão por parte da polícia ou da Justiça, já que a planta também é usada na produção de maconha. O engenheiro de computação Guilherme Martins faz tratamento psiquiátrico e foi um dos beneficiados pela decisão.

Segundo ele, tinha medo de a polícia aparecer ou de haver uma denúncia anônima e acabar perdendo o medicamento, que, por dois anos, resolveu seu problema. Durante o seminário internacional realizado neste sábado no Rio, pesquisadores apresentaram propostas para tornar o medicamento mais barato. "É a gente fazer com que startups ou até a agricultura familiar passem a produzir e fornecer, as pessoas que possam desenvolver medicamentos que sejam acessíveis", fala Luiz Fernando Pessoa, analista de gestão em saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ceará.

Marilene Lima de Oliveira preside uma associação que representa 700 pacientes que usam o canabidiol, a Abrario. Para ela, o mais difícil é convencer a sociedade sobre os benefícios do óleo. "A gente precisa jogar o preconceito de lado. É um tratamento natural; a gente está falando de uma planta que salva vidas", pontuou.

Veja também:

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade