Comerciantes protestam contra falta de segurança no Centro de São Paulo
Estabelecimentos têm sido assaltados e depredados desde a dispersão de usuários de drogas da Cracolândia
Gudryan Neufert
Comerciantes do centro de São Paulo realizaram, nesta 5ª feira (07.jul), um protesto contra a falta de segurança na região. A manifestação fechou a Rua Santa Ifigênia, famoso ponto do comércio de eletrônicos da capital paulista.
Desde a dispersão dos usuários de drogas do trecho conhecido como 'Cracolândia', em maio, estabelecimentos têm sido assaltados e depredados, diariamente. Na última madrugada não foi diferente: dependentes químicos voltaram a tentar saquear outras lojas; 4 pessoas forram presas e uma ficou ferida.
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Um dia antes, 50 suspeitos já tinha feito ataques semelhantes, todos em grupo. "As pessoas têm medo de vir aqui, e as vendas acabam baixando bastante, e fica difícil", conta a comerciante Vanessa Aparecida Bichara.
As vitrines de uma das tradicionais galerias da região estão vazias e quebradas. Do lado de dentro, a situação não é diferente. Muitos lojistas abandonaram, os negócios e fecharam as portas. Quem permanece, trabalha com medo. É o caso do dono de uma lanchonete, que agora contabiliza o prejuízo. "Levaram uma televisão, um conhaque... se desistir vai ser pior. Então, a gente fica trabalhando nessa insegurança", afirma o comerciante José Roberto Santos.
Patrícia e o marido vendem canecas estilizadas e pagam R$ 3 mil de aluguel. Os invasores levaram dois notebooks e bagunçaram a loja toda. "Imunda, estava cheiro... eu não entendi porque, mas acho que fizeram xixi dentro da loja. Estava nojento, podre", lembra a comerciante Patrícia Camargo.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que vai intensificar o policiamento na área, e disse que, desde o início da 'Operação Caronte', 126 criminosos foram presos. "Nós vamos continuar investigando o tráfico de drogas, novas prisões virão, inclusive de novos traficantes, que vão para atrás das grades brevemente", argumenta o delegado Roberto Monteiro.
Para o especialista em segurança pública, Alan Fernandes, só policiamento não basta. "Não só as prisões devem ser comemoradas, mas como a gente consegue integrar uma cidade melhor, em face da questão do tráfico na Cracolândia, para os cidadãos, isso deve ser a taxa de sucesso", pondera o especialista.
Já o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, diz acreditar que o comportamento violento dos usuários é reflexo da abstinência. "Como houve esse sufoco aos traficantes, na Cracolândia, não tem mais a oferta de crack como tinha antigamente, e está tendo uma ação nessas pessoas que acabam sem ter a droga, e geram um comportamento que não é ideal de pessoas do bem", declara o prefeito.
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