Mulheres degoladas: criminoso diz que vítimas imploraram para não morrer
Ao sacar cheques de R$ 15 mil de idosa morta, criminoso disse que ela costumava comprar carros com ele
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ouviu Daiene Tondello, a supervisora administrativa de uma agência bancária na Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo, Zona Sul do Rio, onde a aposentada Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, tinha conta. Em depoimento a funcionária deu detalhes do atendimento dela a Jhonatan Correia Damasceno ? preso pela morte de Martha Maria e de sua diarista, Alice Fernandes da Silva, de 51. O acusado esteve na agência para sacar três cheques, de R$ 5 mil cada, em nome da aposentada.
A funcionária contou que devido ao alto valor dos saques, teve de entrar em contato com Martha. E que em conversa por telefone com a cliente, a aposentada parecia estar calma, e autorizou o saque afirmando que precisava fazê-lo com urgência. Em depoimento, Daiene Tondello disse ainda que não notou nada fora do normal durante o telefonema.
A atendente administrativa contou que chegou a questionar Jonathan a respeito do alto valor dos cheques. E ele afirmou que "a dona Martha costuma comprar carro com ele". Como a operação foi autorizada pela titular da conta, a funcionária separou o dinheiro em três maços de notas e as entregou ao criminoso. Jhonatan guardou todo o dinheiro no bolso e deixou a agência.
Já William Oliveira Fonseca, comparsa de Jonathan, confessou à Polícia ter degolado as duas mulheres com uma faca encontrada no apartamento de luxo, na Zona Sul do Rio. A diarista Alice Fernandes da Silva, de 51 anos, foi esfaqueada no banheiro e levou um segundo golpe no corredor, onde o corpo foi encontrado. Martha foi executada no quarto.
No depoimento que Willian Oliveira prestou neste domingo (12.jun), ele confessou ter sido o autor das mortes da aposentada e da diarista. As vítimas não tiveram chance de defesa: estavam amarradas, amordaçadas e algemadas. Ele disse ainda que as duas imploraram para não serem mortas.
Willian alegou que os dois fugiram com os R$ 15 mil reais, sacados da conta da aposentada por Jhonatan, após ela ter sido forçada a assinar três cheques, além de joias e celulares. Segundo Willian, do valor roubado, ele ficou apenas com R$ 2,5 mil e uma parte das joias. Ele informou ainda já ter gastado o dinheiro e ter jogado fora parte do produto do roubo assim que soube da repercussão do caso. E afirmou que só descobriu que foi enganado por Jhonatan na delegacia.
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As investigações indicam que foi Jhonatan, o pintor de paredes, que havia feito uma reforma no imóvel, quem chamou o amigo para participar do roubo e levou o combustível para incendiar o apartamento. Para entrar no prédio, segundo o delegado, o acusado fingiu que entregaria um currículo para Martha Pontes, para quem tinha prestado serviço.
A Polícia apura uma contradição nos depoimentos. Jonathan afirmou que, ao voltar do banco, as mulheres já estavam mortas e o apartamento incendiado. Já Willian confessou ter cometido os assassinatos, mas disse que foi o pintor quem ateou fogo ao imóvel e deu a ideia de executar as vítimas, pois elas poderiam reconhecê-lo.
A calça jeans, a jaqueta e o boné usados por Jonathan no dia do crime foram encontrados na casa dele e levados para a perícia. Os dois homens vão responder por roubo seguido de morte, incêndio e extorsão.