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Conflitos no campo provocaram a morte de 35 pessoas no Brasil em 2021

Observatório do Clima lançou um documento com sugestões para a reconstrução da política ambiental

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O Observatório do Clima lançou um documento com mais de 70 sugestões para a reconstrução da política ambiental no Brasil. Algumas propostas têm como objetivo combater os conflitos de terra, que causaram a morte de 35 pessoas no ano passado.

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Francisco da Silva é agricultor e conta que tem sido ameaçado por um produtor de soja, que pediu reintegração de posse: "a gente não consegue mais plantar uma cebola, uma mandioca, uma macaxeira próximo dum campo de soja, porque na hora que eles lançam o agrotóxico, aquele agrotóxico cobre toda a nossa plantação".

Segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), conflitos no campo provocaram a morte de 35 pessoas, em nove estados, no ano passado, aumento de 75% em relação a 2021.

O documento aponta fazendeiros (25%), grileiros de terras (19%) e garimpeiros (15%) como os principais responsáveis pelos conflitos. do lado de quem sofre a pressão, estão indígenas (38%), sem terra (29%) e assentados pela reforma agrária (13%). 

Andréia Silvério, coordenadora nacional da CPT  afirma: "isso se deve na nossa avaliação ao abandono da política nacional de reforma agrária pelo governo federal nos últimos anos, também pela ausência da realização de demarcação de territórios indígenas e do reconhecimento dos territórios quilombolas".

Para o Observatório do Clima, os conflitos agrários estão entre as consequências de uma desconstrução da política ambiental, que deve ser revertida. Os pesquisadores fizeram 74 sugestões.

"Temos que ter medidas imediatas pra correta destinação das terras públicas, atenção imediata pra regularização fundiária e a questão indígena", diz Suely Araújo, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima.

O documento aponta urgência na retirada dos mais de 20 mil garimpeiros da terra indígena Yanomami e reestruturação dos órgãos ambientais. O objetivo final é tornar o Brasil a primeira economia do mundo a retirar mais gases de efeito estufa da atmosfera do que emite até 2045.

"O país tem riqueza pra isso, o país tem recursos naturais pra isso, só que agora eles não podem ser dilapidados né?", afirma Suely.

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