Mortes violentas de pessoas LGBTI+ crescem 139% em 20 anos
Dia Internacional da Luta contra a LGBTIfobia é celebrado nesta 3ª feira (17.mai)
SBT News
O Dia Internacional da Luta contra a LGBTIfobia é celebrado nesta 3ª feira (17.mai), mas os números de mortes violentas dessa população no Brasil não param de crescer. De acordo com um dossiê feito pelo Observatório de Mortes e Violências Contra LGBTI+, 316 pessoas da comunidade morreram de forma violenta no país em 2021, o que representa um crescimento de 139%, diante das 132 mortes registradas em 2002. Entre 2020 e 2021, o aumento foi de 33%.
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Alexandre Bogas, Coordenador do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, explica que o dossiê "Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil" é resultado da parceria entre a Acontece Arte e Política LGBTI+, Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) e outras organizações parceiras, e tem o intuito de denunciar as violências sofridas pela população, além de debater as condições de vida e de vulnerabilidade dessa população.
"O Brasil é um país violento, contudo, percebemos um nível de crueldade maior nas mortes dessa população, há casos que incluem corte de genitália, desconfiguração e apedrejamento", lamenta.
O dossiê mostra que em 2021 a maior parte dos casos de violência ocorreram contra a população de homens gays (45,89%), seguido pelos casos envolvendo travestis e mulheres trans (44,62%), mulheres lésbicas (3,80%), homens trans 2,53%, pessoas bissexuais (0,95%) e as pessoas identificadas como outros segmentos ou de identidade de gênero não identificado (2,22%).
Dentre os estados com o maior número de vítimas por milhão de habitantes, Alagoas lidera com quase 5 mortes a cada milhão de habitantes (475), seguido pelo Mato Grosso (3,36), Mato Grosso do Sul (3,17) e Amapá (2,28). Em números absolutos, São Paulo lidera (42 mortes), seguido pela Bahia (30), Minas Gerais (27) e Rio de Janeiro (26). O dossiê "Mortes e Violências Contra LGBTI+ no Brasil" pode ser conferido na íntegra através do site.
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