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Jornalismo

Sem previsão de cessar-fogo, voluntários levam esperança a refugiados

Grupo Frente BrazUcra realiza resgates em zonas de conflito, além de distribuir comida, roupas e medicamentos

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Voluntários durante resgate na Ucrânia
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O dia 24 de fevereiro de 2022 estará registrado nos livros de história para as próximas gerações. Milhares morrem por dia devido à pandemia de covid-19. Enquanto isso, ninguém imaginava -- ou esperava -- ter de lidar com uma nova guerra, apesar dos indícios.

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Há duas semanas, ucranianos tiveram de colocar os sonhos em uma mochila, abandonar os lares, amigos e família com destino às fronteiras para sobreviver à invasão russa. A Polônia é a principal rota de fuga e já abrigou mais de 1 milhão de refugiados. Hungria e Eslováquia aparecem na sequência com mais de 200 e 165 mil, respectivamente, exilados. O levantamento foi divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Fome, insegurança e frio, agora, fazem parte da rotina de milhares que desembarcam em territórios desconhecidos. Em meio ao cenário de horror, voluntários se unem para levar amor, esperança e atenção aos mais necessitados. Cada um ajuda como pode. O "Frente BrazUcra" é um deles e já acolheu mais de 58 pessoas. O grupo surgiu para prestar solidariedade e resgatar, a princípio, brasileiros. Atualmente, o coletivo apoia famílias de diversas nacionalidades. 

Do virtual à realidade 

Lorena Barros soube da iniciativa pelo aplicativo de mensagens Telegram -- a comunidade já ultrapassa a marca de mil membros -- e não pensou duas vezes em se juntar. Natural de Salvador, na Bahia, a terapeuta deixou o Brasil, em 2015, com destino à Irlanda para estudar inglês. Posteriormente, veio a graduação em Business. Anos mais tarde, mudou para a Inglaterra, onde mora atualmente com o marido. 

No "Frente BrazUcra", é responsável por coordenar a parte de operações, verificar a rotina de ônibus, trens, além de prestar atendimento aos emigrantes.

Alimentos comprados com doações | Reprodução/Instagram

Diariamente são distribuídos alimentos, roupas e medicamentos nas divisas dos países europeus. Com o prolongamento do conflito, é possível notar a ajuda chegando de diversos pontos. Como muitos deixam as zonas de guerra apenas com uma bagagem, a equipe criou dois canais, um nacional e um internacional, para arrecadar dinheiro e comprar itens básicos, pagar transporte e acomodações. 

"Hoje, precisamos de alimentos. Para entrar na Ucrânia, o carro precisa estar cheio. Os medicamentos estão críticos. Quem está no Brasil, por exemplo, e quer ajudar: é com arrecadação", explica em entrevista ao SBT News

Pelo Instagram, Clara Magalhães, idealizadora do projeto, mostra como é feito o resgate e a entrega dos produtos.

Portas abertas

Ao menos 33 países se solidarizaram e estão recebendo refugiados. O Brasil está na lista e já recebeu 20 ucranianos, cinco argentinos, um colombiano, além de 14 crianças e animais.

No início do mês, o governo Bolsonaro publicou portaria prevendo visto humanitário por 180 dias, com possibilidade de solicitar residência por tempo indeterminado. Os imigrantes poderão trabalhar, nos termos da legislação vigente.

O conflito pode estar longe do fim. Nesta semana, os ministros de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e Rússia, Sergei Lavrov, fizeram uma reunião na cidade de Antalya, na Turquia, e não chegaram a um acordo para cessar-fogo.

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