Maioria dos brasileiros ficou mais pobre nos últimos anos
Domicílios classificados nas classes D e E representam 51,6% do país
Um levantamento realizado pela consultoria Tendências mostrou que os brasileiros ficaram mais pobres nos últimos dez anos. Entre 2012 e 2022, a fatia de domicílios que integra as classes D e E (com renda mensal de até R$ 2,8 mil) aumentou de 48,7% para 51%, totalizando 37,7 milhões de famílias que compõem a base social.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Segundo a pesquisa, a piora da mobilidade social mostrou um importante revés para o Brasil. Desde o início dos anos 2000 até 2010, o país viu um fortalecimento da classe C (com renda mensal até R$ 6,8 mil) se consolidando como uma economia de classe média. Contudo, as recessões observadas entre 2014 e 2016, e a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19 interromperam o processo.
"A crise do biênio 2015 e 2016 provocou efeitos negativos na mobilidade social. Houve a ampliação das classes D e E e o enxugamento da classe média", diz Lucas Assis, economista da Tendências. "O quadro já não era tão favorável, e a pandemia ampliou ainda mais as desigualdades", completa.
+ Ano dos concursos: 2022 tem pelo menos 160 mil vagas abertas ou previstas
Em 2012, por exemplo, 48,7% da população pertencia às classes D e E, enquanto 32,6% estavam na classe C. Cinco anos depois, em 2017, 58,8% integravam as classes D e E e 31,7% compunham a classe C. Já em 2021, os números foram agravados e a faixa nas classes D e E subiu para 51,6% da população brasileira. Destes, a grande maioria trabalha informalmente.