Um ano depois, corpos de meninos de Belford Roxo não foram localizados
Alexandre, Fernando e Lucas, desapareceram após saírem para brincar na comunidade do Castelar no Rio
SBT Rio
Nesta 2ª feira (27.dez), completa um ano do desaparecimento de três crianças de Belford Roxo, após saírem para brincar na comunidade do Castelar, no Rio de Janeiro.
Alexandre da Silva, 10 anos, Fernando Henrique, de 11, e Lucas Matheus, de 8 anos - foram vistos pela última vez - caminhando pela feira da areia branca após terem saído para brincar, no dia 27 de dezembro do ano passado, e desapareceram. Segundo a Polícia, os três foram mortos pelo tribunal do tráfico de drogas por furto de um passarinho.
A polícia concluiu as investigações do caso no último dia 9 de dezembro. A delegacia de homicídios da Baixada indiciou seis pessoas por envolvimento no crime. Três dos acusados, segundo a polícia, foram mortos numa queima de arquivo a mando de Edgard Alves de Andrade - o Doca - chefe do tráfico local e que está foragido. Um deles, conhecido como "Estala", foi quem pediu autorização ao mesmo Doca para sequestrar os meninos por terem furtado um passarinho do tio dele. Uma outra pessoa vai responder em liberdade por ocultação de cadáver.
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A Polícia Civil ouviu setenta e uma testemunhas. A investigação apontou que as crianças foram mortas no mesmo dia em que desapareceram.
"Foram torturados, aí, em um momento, um deles falece - pode ter sido pelo excesso, pode ter sido por uma pancada mal dada (emenda) e eles acham que a solução do caso seria matar os outros dois". Diz o delegado Uriel Alcântara, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Escutas telefônicas autorizadas pela justiça foram fundamentais. Uma conversa entre duas mulheres confirmou a morte das crianças.
O traficante Wiler Castro da Silva - "Estala" - segundo a polícia civil, foi executado na Vila Cruzeiro em agosto deste ano. A investigação aponta que os meninos teriam furtado um passarinho do tio do traficante, que teria torturado e matado as crianças, por ordem de outros criminosos. O detalhe é que, segundo a investigação, os bandidos não sabiam que eram crianças. Depois da morte dos meninos, "doca", chefe do Castelar matou "estala", José Carlos dos Prazeres Silva, o "piranha" e Ana Paula da Rosa Costa ? a "tia Paula", apontada como responsável por jogar os corpos no rio.
Outro momento fundamental, segundo a polícia, foi a acareação feita entre dois irmãos. Um acusava o outro de ter sido responsável por transportar os corpos das três crianças, de carro, até um rio em Belford Roxo, onde os corpos teriam sido jogados. "Os depoimentos foram importantes para materializar o que a gente já tinha de informação, e a acareação foi importante para ter o convencimento de que um deles falava a verdade", afirmou o delegado. Na operação no dia em que a polícia concluiu o caso foram presas 33 pessoas ligadas à facção criminosa.
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