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Professores fazem balanço dos dois dias de prova do Enem; veja análise

Educadores dizem que, apesar dos imprevistos, exame não surpreendeu

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Coerente: Professor faz balanço dos dois dias de prova do Enem
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Para encarar 90 questões de Matemática e de Ciências da natureza em 5h de prova, estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) retornaram, no último domingo (28.nov), às salas de aula no segundo dia do exame. Com isso, mesmo em meio a uma crise institucional no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e com o menor número de inscritos desde 2009, mais uma edição da prova que avalia alunos de todo o Brasil foi concluída com 26% dos inscritos ausentes no primeiro domingo e 29,9% no segundo dia de aplicacão do Enem. 

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Ao todo, foram 3.109.800 estudantes inscritos no Enem 2021. O número, se comparado ao da edição de 2009, quando 4.148.720 alunos se inscreveram, apresenta uma queda de 33,4% no número de inscrições. 

Para a professora de cursos preparatórios Aletheia Braga, mesmo com os imprevistos, o exame não surpreendeu. "Foram dados conteúdos já esperados", afirma. "Abrangência foi bastante grande. Vários momentos sobre os povos indígenas brasileiros, houve pluralidade de temas, os textos abordados foram simples. Prova com dificuldade média, nada absurdo", acrescenta. 

O professor Lucas Fonseca, especialista em desenvolvimento humano e gestor educacional do grupo Feveni, fez um balanço dos dois dias de prova. Para ele, o exame foi coerente e dentro dos padrões exigidos. No entanto, reforça que um dos pontos importantes da avaliação é a imprevisibilidade. "No meu ponto de vista, o dia em que o Enem puder ser previsto, deixa de ser um exame tão especial. Em um ano tão desafiador, acredito ter sido positiva essa edição", diz. 

Covid-19

Apesar da pandemia que parou o mundo, porém, a covid-19 não foi abordada nas provas deste ano. "Acredito que a intenção foi não trazer em pauta um assunto tão comentado. Todos os alunos com quem tive contato acreditavam fortemente que seria esse [pandemia], inclusive, o tema da redação. Vendo pelo ponto da previsibilidade, foi interessante", avalia o professor.

Além disso, a pandemia do novo coronavírus evidenciou desigualdades que se refletiram, também, na educação. Segundo Fonseca, inúmeros candadidatos foram prejudicados, seja por dificuldades de acesso à educação, seja por outros motivos logísticos.

"O aluno que foi prejudicado pela ausência das aulas presencias, por ser impossibilitado de ter acesso a internet, esse sim precisa ser percebido e não apenas agora. A pandemia cobra dos envolvidos com a educação um olhar atento para essa causa", pondera o educador. 

O professor reforça ainda a importância de valorizar os envolvidos com a educação brasileira. "Ninguém estava preparado para a pandemia. Lá em 2019 ninguém imaginava que, em 2020, o mundo mudaria completamente. Devemos olhar para os profissionais da educação e para os alunos com mais empatia. Reconhecer que não é somente uma avaliação em sala de aula ou exame que vai definir o futuro", diz. 

"A definição de verdade virá a partir do momento em que reconhecermos que precisamos unir toda a comunidade escolar, vivermos uma integração educacional para que juntos possamos entregar para o mercado alunos preparados não somente para as suas profissões, mas também para a vida", completa o educador. 

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