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Brasil aumentou emissão de gases poluentes durante a pandemia

País caminhou na contramão do restante do mundo, que diminuiu em 7% o total emitido

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Faltando três dias para a Cúpula do Clima, um estudo mostra que o Brasil aumentou em 9,5% as emissões de gases poluentes em 2020, enquanto o resto do mundo conseguiu diminuir o total de gás carbônico lançado na atmosfera em 7% durante a pandemia.

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No ano passado, foram emitidas mais de dois bilhões de toneladas de gases poluentes, o maior nível em 14 anos, o que coloca o país no 5º lugar do ranking mundial, atrás apenas de China, Estados Unidos, Rússia e Índia.

O principal motivo foi a mudança do uso da terra, que engloba o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, segundo relatório do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), divulgado nesta 5ª feira (28.out).

"O desmatamento na Amazônia está afetando a disponibilidade de chuva no restante do país. Estamos vivendo períodos de seca inimagináveis no Pantanal. Períodos de seca cada vez mais prolongados no Sudeste e Centro-Oeste brasileiro, chegamos a ter tempestade de areia, coisa que a gente não imaginava estar vendo acontecer no Brasil", afirma Tasso Azevedo, coordenador do SEEG.

Amazônia e Cerrado, juntos, emitem mais gases poluentes que o Irã. Se a floresta amazônica fosse um país, seria o 9º maior emissor do mundo, à frente da Alemanha. Com esses resultados, segundo o estudo, o Brasil deixou de atingir metas importantes da política nacional sobre mudança no clima.

Em 2010, o objetivo era reduzir em 80% o desmatamento até 2020, mas a devastação foi superior ao limite estabelecido no ano passado. "A gente é muito dependente do agronegócio, porém, com esse desmatamento crescente, a gente está correndo o risco de exatamente de acabar com o agronegócio, que é baseado em exportação, porque cada vez mais o mundo exige garantias acerca das emissões associadas a tudo que se exporta", diz Suzana Kahn, vice-diretora da Coppe/UFRJ.

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