Recorde de chuva nas capitais ajudou a abastecer reservatórios em outubro
Especialista ressalta, porém, que a crise hídrica ainda deve demorar para ser superada
SBT Brasil
O mês de outubro registrou recorde de chuva em 15 capitais brasileiras. Os maiores índices foram registrados na região Sudeste, e a previsão é que o clima continue assim nas próximas semanas, principalmente no Rio de Janeiro, que teve 26 dias de chuva no último mês, com um volume de água 53% acima da média para o período.
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"Há expectativa que essa chuva aconteça de forma mais frequente ao longo do mês. Não será uma chuva tão intensa, mas a gente vai perceber que o tempo instável vai ficar ainda mais frequente, o que é até comum pra essa época do ano", afirma Dóris Palma, meteorologista do Climatempo.
Em Belo Horizonte, o mês de novembro já começou com tempestade provocando transbordamentos. A Defesa Civil emitiu alerta de alto risco para deslizamentos. Em apenas um dia, choveu 40% de todo o volume esperado para o mês.
Abastecimento dos reservatórios
Todo esse volume de água no mês de outubro ajudou a abastecer os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-oeste, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), considerados a caixa d'água do setor elétrico brasileiro. As hidrelétricas dessas regiões respondem por 70% da geração de energia consumida no país.
No auge da crise hídrica, em 2021, os reservatórios ficaram com 16,86% da capacidade, mas as chuvas das últimas semanas sinalizaram uma melhora no abastecimento deles. A estimativa do ONS era de que o volume não ultrapassasse os 13%, mas o mês fechou com 18,2%.
As projeções para novembro são de que, no Sudeste e Centro-Oeste, o nível dos reservatórios chegue perto de 19%. O professor do Instituto de Ciência e Energia da USP, porém, ressalta que a crise hídrica é intensa e deve demorar para que a situação dos reservatórios seja estabilizada.
"As chuvas que têm caído ultimamente sobre os diversos reservatórios, infelizmente, não são suficientes para reverter o cenário de redução do volume verificado ao longo dos últimos meses. Vários reservatórios estão com nível muito baixo e essas chuvas infelizmente não conseguem repor todo o volume de água perdida ao longo deste ano", afirma Pedro.