"Quero que ela pague pelo que fez", diz pai de bebê morta em creche no DF
Marina Pereira da Costa, uma das donas do estabelecimento está presa por homicídio por omissão
SBT News
Amariah Noleto, de seis meses, foi enterrada na tarde deste sábado (23.out), no cemitério de Planaltina-DF. Muito abalados, parentes e amigos da família se despediram da bebê numa cerimônia marcada pela comoção. Um primo traduziu o sentimento da família: "Todos estão sem chão", disse Daniel Gomes.
Na última 4ª feira (20.out), o pai de Amariah, Valtenir Noleto, deixou-a na creche, como fazia todos os dias, há dois meses. No entanto, no fim da tarde, quando foi buscar a filha, recebeu a notícia de que a bebê estava no hospital e, pouco depois, de que ela havia falecido. Durante o velório, Valtenir só conseguia pedir por justiça: "Eu só quero que ela pague pelo que ela fez".
Inicialmente, as donas da creche justificaram que Amariah teria se engasgado. Mas depoimentos das funcionárias da creche apontam que ela pode ter morrido sufocada. "O pai chegou para buscar a criança. Eu fui buscar a criança e, quando eu cheguei, peguei a chave lá em cima do armário e abri a porta eu vi que ela estava embrulhada num saco de pano que a Marina fez especialmente pra ela. O protetor do berço estava assim em cima da cabecinha dela. Não sei se caiu ou se foi colocado em cima da cabeça dela. Ela estava de bruços... Quando eu peguei, ela estava branca e o catarro estava descendo pelo nariz", conta uma das monitoras da creche sob a condição de anonimato.
Marina Pereira da Costa, que é uma das proprietárias da creche, foi presa em flagrante e já foi indiciada por homicídio por omissão. O delegado que investiga o caso, Veluziano de Castro, aguarda o resultado dos exames feitos no corpo e que vão identificar a causa da morte. A polícia não descarta a possibilidade de Marina ter agido propositalmente. Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que uma das proprietárias da creche deixa o local pelas mortas do fundo, com a bebê enrolada num pano. Neste momento, o pai esperava na entrada principal da creche para buscar a filha. Ela foi levada para o Hospital Regional de Planaltina, mas já chegou lá sem vida.
A família mora a cerca de dois quilômetros da creche e tinha se mudado de Arapoangas para o centro de Planaltina, recentemente, em busca de uma estrutura melhor para cuidar da filha. A creche onde Amariah morreu não tinha alvará de funcionamento, mesmo assim recebia, diariamente, cerca de 40 crianças com idades entre 4 meses e 10 anos. O estabelecimento foi interditado. A defesa das proprietárias da creche ainda não se pronunciou.
Leia também: