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É seguro pensar em um carnaval sem restrições em 2022?

Alguns estados preparam a folia, outros já abriram mão da ideia; especialista fala da segurança

É seguro pensar em um carnaval sem restrições em 2022?
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Com o avanço da vacinação e a diminuição nos números de casos e óbitos por covid-19, algumas capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife já começam a planejar as festividades do carnaval de 2022, que acontece entre entre os meses de fevereiro e março. A realização dos eventos, porém, depende da liberação das autoridades sanitárias.

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Em São Paulo, o clima é de otimismo. Caio Miranda é fundador do bloco Vou de Taxi, que saiu todos os anos para o carnaval desde 2014, até a pandemia estourar. "Os blocos vão ter que correr muito, porque estamos há um ano inteiro parados, não teve carnaval esse ano, não tem captação de recurso, então teremos basicamente o mês de janeiro pra tentar colocar o bloco na rua", contou.

Ele torce pra que a vacinação avance e a taxa de contaminação caia. "Por mais que a gente queira sair, a gente não quer ver pessoas sofrendo, não vamos colocar a festa na frente da saúde", complementou. Segundo Caio, eles apostam na realização de um dia de evento, em vez dos sete de costume.

No Recife, desde 1º de setembro, o Galo da Madrugada anunciou o tema para o carnaval 2022, "Viva a vida, viva o frevo". Segundo o presidente do bloco, Rômulo Menezes, a chance dos blocos irem oficialmente às ruas cresce. "Não podemos garantir, mas a cada dia que passa, essa possibilidade fica maior", disse.

"Estamos muito otimistas e trabalhando como se o carnaval estivesse oficializado, o que não está, que fique claro", pontuou. Rômulo observa também que alguns patrocinadores, menos da metade, seguem receosos em participar do evento, e escolhem esperar um pouco: "Eles preferem esperar novembro ou dezembro para sacramentar o contrato".

O Galo segue em contato com as autoridades sanitárias acompanhando a evolução da abertura e do número de contaminações. Os contratos com fornecedores e prestadores de serviço foram assinados com cláusulas para resguardar as partes em caso do evento não ocorrer.

Receio

Em outras capitais, porém, o clima de otimismo não é o mesmo. Caso, por exemplo, de Brasília."Diante da conjuntura da pandemia, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa não vislumbra a realização do carnaval 2022 nos moldes tradicionais." Os dizeres da nota publicada nesta semana já cortam as asinhas de fada, quebram as pernas-de-pau e tiram o foliãozinho da chuva da capital federal. Na interpretação da pasta, ainda não existe clima pra conduzir as massas de volta à aglomeração, ao beijo na boca e à festa de rua.

No entanto, a esperança ainda não se esgotou totalmente. A nota veio, de certa forma, em resposta a uma negativa contundente do secretário de cultura do DF, Bartolomeu Rodrigues. A nota continua: "Contudo, ainda não há decisão final. No momento oportuno, o Governo do DF divulgará amplamente sobre o assunto, estabelecendo as regras tanto para as festas privadas quanto para a presença de blocos independentes nas ruas".

Segurança

Capitais mais otimistas com a realização das festas, São Paulo e Rio de Janeiro confiam no aumento da taxa de vacinação para receberem milhões de pessoas em suas ruas sem qualquer medida de isolamento. Para o especialista Marcelo Daher, da Sociedade Brasileira de Infectologia, eventos deste tamanho favorecem o surgimento de surtos, mas com boa parte da população imunizada, o risco diminui.

"Pode ser que voltemos a ter casos, pensando em um evento que não é só local. Devem vir pessoas de outros locais do mundo e precisávamos estar com cobertura vacinal mundial muito boa e um controle vacinal mundial muito bom. Uma cobertura vacinal acima dos 80% é um cenário muito favorável. Falamos aí em realmente diminuir a transmissão e o vírus não persiste aqui. Eventos muito grandes com certeza favorecem o surgimento de surtos, e o tamanho deles que é difícil de prever", explicou o especialista.

Outra preocupação é a queda da eficácia das vacinas com o tempo. De acordo com estudos, tanto CoronaVac quanto Astrazeneca e Pfizer, imunizantes mais aplicados no Brasil, apresentam uma diminuição de eficácia após alguns meses. Faltando seis meses para o carnaval, o tema deve ganhar a atenção dos governantes, que já aplicam doses de reforço nos idosos.

"O que a gente pode dizer com base no que se observa nos outros países é que vacinação é um controle da doença, mas não é um impedimento que ela apareça ou a transmissão não venha acontecer. A imunidade cai ao longo do tempo, e cai para todos. Para as faixas etárias maiores ela cai mais. Essa queda da imunidade é observada em todas as vacinas. O que temos de tomar cuidado é se isso, ao longo do tempo, pode cair muito e o que isso representa para fevereiro e março do ano que vem", arrematou Daher.

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