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Brasil

Indicadores confirmam retomada do turismo após perdas de R$ 413 bi

Turismo doméstico impulsiona setor e voos nacionais registram 5º aumento consecutivo

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Recuperação do turismo é impulsionada por destinos nacionais | Felipe Carneiro/Ascom
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O turismo foi um dos setores mais afetados mundialmente pela pandemia. Em relação ao Brasil, especificamente, o fechamento de fronteiras, imposição de isolamento social, cumprimento de medidas sanitárias, números elevados de mortes e casos de covid-19 no país e aumento do dólar são os principais fatores atribuídos aos prejuízos do setor. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o turismo já acumula perda de R$ 413,1 bilhões desde o início da crise sanitária. Entretanto, entidades da área têm projetado, cada vez mais, uma recuperação e aumento nas demandas. 

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Dados divulgados na última 5ª feira (16.set) pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), com base em informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), registram pelo quinto mês consecutivo um aumento nos voos domésticos -- ou seja, realizados dentro do Brasil. Em setembro, a malha aérea doméstica registrou uma média diária de 1.793 partidas, o que equivale a 74,6% da oferta de voos que as companhias aéreas nacionais operavam antes do impacto da pandemia, em março de 2020.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, considera que os dados demonstram apenas o início de uma forte retomada do segmento no país: "Estamos com a expectativa de que os próximos meses sejam ainda melhores em todos os segmentos turísticos, principalmente com o avanço da vacinação. Não tenho dúvidas de que o turismo doméstico voltará com muito mais força e precisaremos de uma malha aérea forte que atenda a demanda dos nossos turistas", disse.

O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, também atribuiu o crescimento do setor ao avanço da vacinação pelo país e ao não recrudescimento da pandemia. Entretanto, Sanovicz ressaltou que determinados fatores podem "inibir" a recuperação das companhias aéreas: "Temos também de enfrentar o Custo Brasil, que pode inibir uma recuperação mais consistente da aviação", afirmou o presidente. O 'Custo Brasil' ao qual Sanoviz se refere trata-se de um conjunto de dificuldades econômicas e/ou estruturais que prejudicam o crescimento do país e influenciam de forma negativa o ambiente de negócios. Como o aumento do combustível e a alta da inflação.

Na última 4ª feira (15.set), durante videoconferência realizada pelo Ministério da Saúde, o secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, William França, apresentou os impactos da pandemia no turismo brasileiro e as ações realizadas para a retomada do setor. O secretário destacou a necessidade de protocolos de biossegurança e a tendência do turismo de proximidade e do turismo de natureza. "Diante dessas tendências, produzimos uma campanha de promoção dos nossos destinos naturais com o intuito de retratar a importância da prática do turismo consciente, sustentável e seguro neste momento de retomada. Além disso, pretendemos dar maior visibilidade a destinos pouco conhecidos pelos brasileiros", destacou França. 

De acordo com o Ministério da Saúde, na ocasião também foi ressaltada a liberação do crédito de R$ 5 bilhões, via Fundo Geral do Turismo (Fungetur), para socorrer o setor durante a pandemia. Segundo França, a ideia foi garantir a manutenção das empresas e empregos do setor.

Economia

Em relação à recuperação econômica do setor, a CNC -- após sucessivas taxas positivas registradas -- revisou de 18,2% para 19,1% a projeção de aumento do volume de receitas do segmento para este ano. A estimativa foi realizada com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última 3ª feira (14.set). Ainda segundo a entidade, pela primeira vez desde o início da pandemia, as atividades turísticas acumularam mais admissões (1,061 milhão) do que desligamentos de funcionários (1,018 milhão), de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ampliando em 1,4% a força de trabalho do setor.

Todas as companhias aéreas consultadas pelo SBT News confirmaram o aumento na procura por passagens aéreas no mês de setembro e também relacionam este crescimento ao avanço da vacinação e à redução de casos de covid-19 no Brasil. Além disso, as companhias destacaram uma recuperação impulsionada pelo turismo doméstico. A Latam informou que, neste mês, irá operar com 82% da oferta doméstica, em comparação com setembro de 2019, período anterior à pandemia. A empresa já implantou novas rotas e, ainda neste ano, irá superar o número de aeroportos operados em todo o Brasil, passando de 44 para 49. 

A Gol tem a expectativa de que o próximo feriado prolongado, 12 de outubro, continue a registrar crescimento: "A expectativa é de que continue a registrar crescimento em relação aos feriados anteriores, sendo, potencialmente, o de maior demanda até o momento em 2021", afirmou em nota. A companhia espera atingir um aumento de 5% na oferta de voos no dia pico, 8 de outubro, comparado ao dia pico do último feriado, 7 de setembro. 

Os destinos mais procurados pelos brasileiros têm sido na região do Nordeste, com destaque para Recife (PE), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Seguro (BA) e Porto de Galinhas (PE). A empresa de viagens CVC afirma que, com a vacina, os brasileiros se sentem mais seguros para retomarem os planos de viagem. Também com grande expectativa de retomada do setor e alcance de indicadores próximos aos registrados no período pré-pandemia, o presidente da CVC Corp, Leonel Andrade, afirmou que devem "faltar aviões e hotéis para o verão brasileiro devido à alta demanda". 

A empresa destaca que, apesar do impulsionamento causado pelo turismo doméstico, destinos internacionais também começam a ganhar força à medida que fronteiras são reabertas, e as vendas chegam a aumentar em até 6 vezes. Além disso, a CVC também ressalta que a ordem dos destinos internacionais mais buscados também mudou. "Em junho, por exemplo, os 5 destinos internacionais mais buscados na CVC Corp eram (na ordem): Cancún, Dubai, Miami, Maldivas e Lisboa. Agora em setembro, após o anúncio das reaberturas, dos 5 mais buscados, 4 são na Europa, e Lisboa subiu de 5º colocado para 1º (na ordem): Lisboa, Cancún, Madri, Porto e Paris", elencou a empresa.  

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