ONS alerta para risco de reservatórios hídricos vazios até novembro
Operador do sistema elétrico cita, em nota, "perda do controle hidráulico" no segundo semestre
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) publicou nota técnica, nesta sexta-feira (4.jun), endereçada ao Ministério de Minas Energia e à Agência Nacional de Águas e Saneamento, em que alerta as autoridades sobre o risco dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste praticamente esvaziarem até o final de novembro.
Segundo o relatório da "Avaliação das Condições de Atendimento Eletroenergético do Sistema Interligado Nacional", as previsões apresentadas consideram o nível de afluência registrado com a chuva de 2020, que apontam uma possível perda do controle hidráulico da bacia do Rio Paraná no segundo semestre deste ano.
O nível crítico do reservatório levaria a restrições no suplemento energético às substações das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. "Mesmo considerando as flexibilizações adicionais das defluências mínimas no Baixo Paraná e na Hidrovia Tietê-Paraná, os principais reservatórios da bacia do Rio Paraná chegam ao final do período seco com níveis críticos de armazenamento" afirmou o estudo.
A recomendação da operadora reforça a necessidade de flexibilizar as restrições hidráulicas para aproveitamento das bacias dos rios São Francisco e Paraná. A fim de aumentar a geração térmica e garantir suprimento de combustível. Também citam a "importação de energia da Argentina e do Uruguai, além de campanha de uso consciente da água e da energia".
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O ONS caracterizou a atual crise hidrológica como a pior desde 1930, resultado do volume de água recebida pelos reservatórios nos últimos sete anos, inferior à média histórica.
"É neste contexto que todos os esforços estão sendo envidados, com transparência e informação à população, para que o país atravesse a crise hídrica sem problemas no fornecimento de energia, que como dito anteriormente, está garantido este ano", concluiu.