Dez anos depois de ocupação, favelas do RJ permanecem com tráfico
Morros do Alemão e da Penha, invadidos por tanques, blindados e policiais, veem narcotráfico se reorganizar e situação piorar para moradores
Tanque de guerra no morro do Alemão (RJ)
Primeiro Impacto
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Os complexos do Alemão e da Penha são um dos maiores conglomerados de favelas do país. Os morros cariocas, que foram ocupados em 2010 por forças de segurança para conter a criminalidade, veem que a medida não surtiu efeito dez anos depois.
Os morros continuam dominados pelo tráfico de drogas e as políticas públicas para melhorar a vida dos moradores foram deixadas de lado. Os locais são uma das regiões mais pobres do estado do Rio de Janeiro.
Tanques, blindados e centenas de policiais foram deslocados, enquanto a perseguição e fuga dos criminosos se tornou uma imagem que correu o mundo. Por outro lado, locais básicos, como bancos, áreas de lazer e saúde, foram fechados. O governador da época, Sérgio Cabral, prometeu um investimento de R$ 800 milhões. Hoje, está preso por corrupção.
Falta de armamento, munição e equipamentos para policiais são uma das causas para a derrocada da ocupação, além do fortalecimento e reorganização do tráfico na região.
Um dos criminosos, líder do complexo do Alemão, está foragido desde a época da ocupação: Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, é considerado o chefe do tráfico no local.
"A nossa esperança maior é que a gente possa contar uma história diferente daqui dez anos. Em 2030, espero voltar aqui e contar uma história totalmente diferente, que a gente tenha mais acesso, mais investimentos em educação, saúde e cultura", afirma Rene Silva, criador do Voz da Comunidade, uma rede de informação criada de dentro da favela.