Médico acusado de fornecer cetamina a Matthew Perry se declara culpado
Outro médico implicado no caso, Mark Chavez se declarou culpado em outubro do ano passado; Salvador Plasencia pode pegar até 40 anos de prisão

Vicklin Moraes
O médico Salvador Plasencia, acusado de envolvimento na overdose que matou o ator Matthew Perry, deverá se declarar culpado nas próximas semanas. A informação foi confirmada por promotores federais dos Estados Unidos. Segundo eles, o acordo judicial prevê uma pena máxima de até 40 anos de prisão. A formalização da confissão deve ocorrer antes do início do julgamento, previsto para agosto.
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Plasencia e uma mulher identificada como Jasmine Sangha — apontada como uma grande traficante de cetamina — estão entre os principais alvos da acusação, após outros três réus, incluindo outro médico, firmarem acordos de delação premiada em troca de cooperação com a Justiça.
Matthew Perry, astro da série Friends, morreu em 28 de outubro de 2023, aos 54 anos, em sua casa em Los Angeles. Ele foi encontrado na banheira de sua mansão. A autópsia revelou que a causa da morte foi uma superdose de cetamina, substância que provoca superestimulação cardiovascular e depressão respiratória.
De acordo com documentos judiciais, cerca de um mês antes da morte, Perry começou a buscar mais cetamina do que seu médico habitual estava disposto a prescrever. Foi nesse contexto que ele recorreu a Salvador Plasencia. Segundo os autos, Plasencia teria enviado mensagens ao médico Mark Chavez — também envolvido no caso — solicitando ajuda para obter o anestésico.
“Quero ver quanto esse idiota vai pagar”, teria escrito Plasencia em mensagem para Chavez. No mesmo dia, os dois se encontraram em Costa Mesa, cidade entre Santa Monica e San Diego, onde trocaram ao menos quatro frascos da substância.
Plasencia teria vendido os medicamentos a Perry por US$ 4.500. Após a transação, ele perguntou a Chavez se poderiam continuar fornecendo a droga, sugerindo que se tornassem os “fornecedores oficiais” do ator.
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Apesar de Plasencia ser acusado de fornecer a maior parte da cetamina usada por Perry nas semanas que antecederam sua morte, os promotores afirmam que Jasmine Sangha foi a responsável por entregar a dose fatal. O julgamento dela também está marcado para agosto. Sangha é a única entre os cinco acusados que não firmou acordo judicial e se declarou inocente.
A cetamina, também conhecida como ketamina ou “Special K”, é um anestésico de uso médico com efeitos alucinógenos. Fora do ambiente clínico, é frequentemente usada de forma recreativa, o que a torna alvo de tráfico e uso ilegal, especialmente nos Estados Unidos.
*Com informações Associated Press