Leitura do relatório da Reforma da Previdência na CCJ termina tumulto
Houve, até mesmo, suspeita de que o líder do PSL, deputado Delegado Waldir, estivesse armado. A sessão chegou a ser interrompida temporariamente
SBT News
Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a leitura do relatório sobre a Reforma da Previdência nesta terça-feira (09) acabou em tumulto e bate boca entre parlamentares da base do Governo e da oposição. A sessão chegou a ser interrompida pelo presidente da CCJ.
Para evitar uma nova investida da oposição, o Governo se mobilizou: cinco horas antes do início da sessão, os deputados do PSL se posicionaram em uma extensa fila de inscrição para discursar na comissão. O primeiro a chegar foi o deputado Coronel Armando, do partido do presidente.
Já com a sessão em andamento, os oposicionistas tentaram de diversas formas atrasar a leitura do parecer, causando, assim, o início dos conflitos.
Quando a deputada Joice Hasselman, uma das lideranças do Governo, que não faz parte da comissão, sentou-se à mesa e começou a filmar a sessão com o celular, em sinal de desdém da bancada da oposição, a deputada Maria do Rosário reclamou: "Não é postura e decoro daquela deputada, que utiliza ali a tribuna de honra, ao lado do presidente da Câmara, em gravações que certamente desonram."
Com as interferências, a estratégia dos opositores era protelar a leitura do relatório para a semana que vem, adiando, assim, a votação do projeto para depois da Páscoa. Contudo, as investidas não obtiveram sucesso.
Assim que o presidente da CCJ autorizou a leitura do parecer, as deputadas da Comissão foram à mesa do relator pedir mais tempo para analisar o relatório que, até o momento, ainda não fora lido. O resultado? Mais confusão.
Em meio ao tumulto, foi levantada a suspeita de que o líder do PSL, o deputado Delegado Waldir, estivesse armado e, até que ele provasse o contrário, houve mais discussão entre os parlamentares. Por fim, Waldir indicou que seu coldre estava vazio.
A leitura do parecer veio sem surpresas. O relator, delegado Marcelo Freitas, do PSL, entendeu que a Reforma da Previdência proposta pelo Governo não possui nenhum ponto conflitante com a Constituição.
Na CCJ, os deputados não analisam o conteúdo e as propostas da Reforma, mas, se o texto Constitucional. A votação do parecer lido nesta terça-feira deverá ser votada na próxima semana.
No mesmo dia, mais cedo, em um evento que reunia prefeitos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que "não em prazer" em votar a Reforma.
"Alguém acha que cada um de nós tem um prazer enorme de votar a reforma da Previdência, como se fosse uma grande agenda de futuro para o Brasil? Não. A reforma da Previdência vem organizar o que foi construído ao longo dos últimos anos", disse Maia.