Lula lança programa bilionário para produção e compra de arroz
O investimento será de R$ 1 bilhão para a aquisição de até 500 mil toneladas do produto
O Governo Lula anunciou, nesta quarta-feira (16), o Programa Arroz da Gente, com o objetivo de incentivar a produção e a formação de estoques do grão no Brasil. Aproximadamente R$ 1 bilhão serão investidos na iniciativa para a aquisição de até 500 mil toneladas do produto.
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Os produtores interessados em cultivar arroz poderão optar por firmar contratos com o governo federal, que garantirá a compra da produção a um preço pré-definido. Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, informou que os parâmetros desses contratos foram definidos em colaboração com os ministérios da Fazenda e da Agricultura.
“Os contratos vão estimular a produção do arroz em até 500 mil toneladas, auxiliando a mitigar as perdas das safras de 2023 e 2024 devido à seca e às enchentes na Região Sul”, disse. “Esse programa visa ampliar a produção de arroz pela agricultura familiar e promover a diversidade regional e de variedades cultivares”, acrescentou Teixeira.
O Programa Arroz da Gente faz parte do Plano Nacional de Abastecimento Alimentar, chamado Alimento no Prato. Ele foi lançado após o leilão para a compra de arroz importado, em maio, pela Companhia Nacional de Abastecimento, não ter sido bem-sucedido e ser anulado no mês seguinte devido a denúncias de irregularidades nas empresas vencedoras.
O leilão tinha como objetivo abastecer e estabilizar os preços do arroz no mercado interno, que registraram uma alta média de 14%, chegando a até 100% em algumas regiões, após as inundações no Rio Grande do Sul no início deste ano. Esse estado é responsável por cerca de 70% do arroz consumido no Brasil. A produção local foi impactada tanto nas lavouras quanto nos armazéns, além de problemas logísticos que afetaram a distribuição.
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Combate à fome
O Programa Arroz da Gente, anunciado pelo governo em celebração ao Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro, integra o Plano Nacional de Abastecimento Alimentar e o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.
Durante o evento, o presidente Lula reafirmou seu compromisso de erradicar a fome no Brasil até 2026. Ele destacou que, desde o início de seu terceiro mandato, 24,5 milhões de pessoas já foram retiradas do Mapa da Fome, mas alertou que as ações precisam ser efetivas e não apenas promessas.
O Mapa da Fome, publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, identifica países onde mais de 2,5% da população enfrenta falta crônica de alimentos. O Brasil saiu desse mapa em 2014, mas voltou a ser incluído entre 2019 e 2022, período em que a insegurança alimentar aumentou. Em 2023, mais de 24 milhões de brasileiros deixaram a situação de insegurança alimentar grave.
Lula enfatizou que o combate à fome é uma responsabilidade política e anunciou o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza na Cúpula de Líderes do G20, em novembro, no Rio de Janeiro. Ele reforçou que a fome é resultado de escolhas governamentais e deve ser tratada como uma prioridade.