Doença de Newcastle ataca frangos e compromete exportações no RS
Restrições temporárias impostas pelo governo impedem frigoríficos gaúchos de exportar as aves para 28 países
A confirmação de um caso da Doença de Newcastle em uma granja no Rio Grande do Sul levou o Brasil a decretar estado de emergência zoossanitária e a autossuspender as exportações de frango por 30 dias. Um plano de contingência para minimizar o impacto econômico, social e de saúde animal já está em andamento.
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O vírus foi identificado em uma propriedade de criação comercial de aves no município de Anta Gorda, no Vale do Taquari. Transmitida por um vírus, a Doença de Newcastle é altamente contagiosa e afeta aves silvestres e domésticas. Os principais sintomas são dificuldades respiratórias, inchaço da cabeça ou até morte súbita da ave.
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A Secretaria da Agricultura havia colhido amostras no dia 8 de julho e a confirmação ocorreu na última quarta-feira (17). A granja foi interditada, as aves eliminadas e foi feita limpeza e desinfecção do local.
Além disso, equipes técnicas já estão atuando preventivamente, com orientações das medidas de segurança em um raio de dez quilômetros no entorno do aviário.
Anta Gorda (RS) é a cidade onde está o foco da Doença de Newcastle, localizada a 185 km da capital Porto Alegre:
São pelo menos 800 propriedades rurais que atuam com a criação comercial e de subsistência de aves nessa área. Outras quatro amostras estão em análise.
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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou em Porto Alegre que o Brasil determinou a autossuspensão das exportações e os países importadores de frango brasileiro foram comunicados. Com isso, a Argentina e países da União Europeia deixam de receber aves frescas e derivados de todo o Brasil.
As maiores restrições são para os frigoríficos gaúchos, que deixam de exportar para 28 países, entre eles a China, Arábia Saudita e África do Sul, três grandes compradores. Uma negociação com o Japão definiu que as vendas só estão bloqueadas num raio de 50 km do foco do vírus.
Tudo isso é mais um baque para o Estado que sofreu com as enchentes de maio, é o terceiro maior produtor de frango do país e representa quase 15% das exportações brasileiras de carne de aves.
No Brasil, os casos considerados raros, a doença está sob controle e não é transmitida a pessoas. A última ocorrência registrada no país foi em 2006, em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
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A Secretaria da Agricultura e o Ministério da Agricultura ressaltam que o consumo de produtos avícolas é seguro, desde que inspecionados pelo Sistema Veterinário Oficial. Ou seja, compre produtos de procedência garantida.