Publicidade

Comissão de Educação, comandada por Nikolas, tem convite a Camilo Santana, pedido de clima pacífico e bate-boca

Discursos começaram ponderados, mas, ao longo das falas, deputados subiram o tom; outros dois requerimentos foram aprovados por unanimidade

Comissão de Educação, comandada por Nikolas, tem convite a Camilo Santana, pedido de clima pacífico e bate-boca
Publicidade

A Comissão de Educação da Câmara realizou sua 2ª Sessão Legislativa Ordinária, nesta quarta-feira (13), após a eleição do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como presidente. Fora da pauta, congressistas aprovaram por unanimidade um convite para o ministro da Educação, Camilo Santana, explicar ações da pasta em 2024 — a data ainda não foi definida.

+ "Tiro no pé", diz Nikolas após convite do Planalto para participar de evento sobre institutos federais

De início, Ferreira disse que, apesar da eleição "conturbada", acreditava em um ano de trabalho respeitoso. "Eu vejo que nós temos divergências de ideias, isso é saudável. Eu acredito que todos nós precisamos ter divergência", ponderou, pedindo uma comissão "saudável".

Nikolas, que se denominou “condutor” da Casa, afirmou que o país gasta mal os recursos destinados à educação.

"O Brasil investe 6% de seu PIB na educação, mais inclusive que outros países da OCDE [...] O que gera questionamento: nós gastamos muito e acabamos, muitas vezes, gastando mal", argumentou.

Além do convite a Camilo Santana (Req. 21 de 2024), outros dois requerimentos foram aprovados sem impedimentos:

  • Nº 266 de 2023 — de Delegada Adriana Accorsi (PT-GO), que "requer a realização de Audiência Pública para debater a instituição do Dia Nacional da Robótica";
  • Nº 7 de 2024 — de Adriana Ventura (Novo-SP), que "requer a realização de Reunião de Audiência Pública para debater o estudo de línguas estrangeiras nos currículos de ensino fundamental e médio".

+ Projeto de Lei impede réus de presidirem comissões na Câmara

Clima de paz?

Não demorou para os deputados trocarem farpas. Adriana Ventura (Novo-SP) iniciou as falas afirmando que a presença do ministro no colegiado serviria para solucionar o que chamou de falta de "diálogo", afirmando que o Plano Nacional de Educação deve ser debatido.

Segundo a deputada do Novo, dos 56 indicadores propostos em 2023, apenas 5 foram cumpridos. Também afirmou que havia uma centralidade no poder que dificultava a iniciativa privada. Por fim, declarou que estudantes no Brasil não sabiam ler ou escrever.

Zeca Dirceu (PT-PR) rebateu. Disse que a presença do líder da pasta foi recorrente no ano anterior e defendeu alunos e professores sobre as acusações de que nada funcionava no sistema público de educação.

"Esse país ficou reduzindo o orçamento da educação por seis anos, enquanto a arrecadação batia recorde. Não dá para fazer educação assim, não dá para ter números positivos agora em um primeiro ano, depois de seis anos de retrocesso", argumentou Dirceu.

+ Senado aprova projeto que amplia educação básica em tempo integral

Pastor X farmacêutica

O deputado Marco Feliciano (PL-SP) falou em "conluio" entre o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o ex-presidente da Casa Baixa Rodrigo Maia, para "sepultar" uma medida provisória que dava ao estudante uma carteirinha no valor de "centavos".

A fala causou reações. A farmacêutica Alice Portugal (PCdoB-BA) solicitou resposta, dizendo que "se a extrema-direita não consegue se expandir, a não ser com fake news a partir de redes sociais, entre os estudantes... é um problema de competência".

Questão de ordem

Quando citado por Feliciano (PL-SP), ao final da sessão, Tarcísio Motta (PSOL-RJ) solicitou direito de resposta. Houve gritaria e bate-boca. Motta disse que se fosse impedido, Nikolas estaria violando o discurso inicial de perenidade.

"Eu irei cair, e não estou dizendo que o senhor está fazendo isso, em nenhum tipo de situação, para me colocar como não estou sendo democrático", rebateu o presidente da Comissão. "Acredito que o debate já se exauriu".

Tarcísio insistiu. Nikolas Ferreira cedeu, mas as discussões prosseguiram de ambos os lados. E foi preciso que o jovem deputado subisse o tom: "Eu concedi a palavra ao deputado Tarcísio, respeite", afirmou ao congressista Abilio Brunini (PL-MT).

+ PL tem vitória política, mas PT vai comandar comissão com recursos bilionários

Líderes apelam

Quando foi passada a fala para as lideranças partidárias, Capitão Alden (PL-BA) usou seu tempo para repudiar falas do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que defendeu a "portaria da aprovação em massa" de alunos da rede pública.

Rodrigues havia afirmado que "a escola que reprova é uma escola autoritária. É uma escola preconceituosa". O projeto segue sendo revisto pelo governo do estado nordestino.

Alden também criticou o incentivo financeiro de permanência nas escolas, dizendo que os espaços parecem "presídios".

Em resposta, Fernando Mineiro (PT-RN) rebateu, afirmando que "independente de qualquer posição, o rumo da educação do Brasil, nos próximos 3 anos, vai ser traçado pelas políticas implementadas pelo governo do presidente Lula, porque assim escolheu a sociedade brasileira".

O programa de bolsa de permanência e de poupança para estudantes de baixa renda que estão no ensino médio, para incentivar a conclusão dos estudos pelos jovens, com aporte de R$ 20 bilhões, foi colocado em prática pela Medida Provisória (MP) nº 1.198 de 2023, assinada pela presidência. Precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em 120 dias para não perder a validade.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Educação
Câmara

Últimas notícias

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em plano golpista orquestrado por militares
Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Carnes e sucos tiveram aumentos entre 12% e 19%, impactando diretamente o custo das ceias de fim de ano; Azeite foi o maior vilão, com 21,3% de alta
Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Tentativas de acesso a sites falsos aumentaram 35% em outubro, em relação ao mês anterior
Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Campanha começou nesta quinta-feira (21) e possibilita negociação de débitos online até 10 de dezembro
Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Congressistas comentaram os indiciamentos na investigação sobre golpe de Estado; Boulos disse que pedirá cassação do mandato de Ramagem
Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Diagnóstico precoce da doença pode garantir até 90% de chance de cura
Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Especialista sinaliza que detenção só deve ocorrer se o ex-presidente, investigado por golpe de estado, atrapalhar a polícia ou se for condenado
Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Novo prazo para a apresentação das medidas para reduzir gastos do governo, segundo o ministro da Fazenda, é a próxima terça-feira (26)
Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos lideram interesse dos brasileiros; expectativa é que as vendas superem em 0,04% a edição do ano passado
Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Marco Aurélio Cárdenas Acosta, de 22 anos, foi morto com tiro à queima-roupa durante uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo
Publicidade
Publicidade