Laudo diz que mulher acusada de envenenar parentes tinha “total consciência” de atos
Amanda Partata ofereceu alimentos envenenados a quatro pessoas e duas morreram; crime foi registrado em Goiânia, em dezembro do ano passado
Almir Costa
O laudo da Junta Médica Oficial do Poder Judiciário sobre a mulher acusada de envenenar e matar parentes do ex-namorado em Goiânia, em dezembro do ano passado, indicou que Amanda Partata tinha “total consciência” dos atos que praticou, sem apresentar “retardo mental ou qualquer evidência de doença mental”.
O documento foi concluído no início deste mês, mas só agora foi tornado público. O exame foi feito por dois médicos psiquiatras que, além de entrevistar Amanda, ouviram a mãe da acusada para entender como era o comportamento dela desde a infância. Ela se apresentava como psicóloga e advogada aposentada e tem 31 anos.
Amanda teria envenenado duas pessoas, levando-as à morte, além de tentar cometer o mesmo crime contra outras duas vítimas. A mulher ofereceu doces envenenados para as vítimas e o laudo destaca que ela agiu de forma organizada e planejada para praticar os crimes.
O laudo admite que, no tempo da ação de envenenamento, Amanda apresentava quadro clínico compatível com Transtorno de Personalidade Bordeline, havendo ainda traços comportamentais antissociais, o que segundo os médicos psiquiatras, não interferiram na execução das práticas delitivas, ou seja, no envenenamento das vítimas e em mais duas tentativas.
Exame foi pedido pela defesa da acusada e produziu mais provas
O exame de insanidade mental foi requerido pela defesa de Amanda Partata. O resultado do laudo acabou por produzir mais uma prova contra ela. Segundo o que apurou a Polícia Civil, a advogada que tentava a todo custo reatar um relacionamento com o ex-namorado, e até inventou uma falsa gravidez, planejou de forma cruel o assassinato dos parentes dele.
A investigação concluiu que Amanda Partata premeditou meticulosamente toda a trama assassina. Ela comprou o veneno pela internet, passou numa panificadora, comprou os alimentos e adicionou o veneno num deles. Aí, ainda segundo a investigação, ela foi até a casa do ex-sogro, onde o abraçou ao chegar no local.
Leonardo Pereira Alves e a mãe dele, Luzia Alves, comeram o alimento envenenado e menos de 24 horas depois morreram. Outros dois parentes que estavam no imóvel não morreram porque não comeram do bolo. Logo no início da investigação a advogada passou a ser suspeita dos crimes e ela foi presa no dia 20 de dezembro do ano passado, três dias após o café da manhã mortal.