Novo ataque dos EUA contra embarcações no Pacífico deixa 8 mortos
Marinha justificou ação dizendo que os navios estavam transitando por rotas conhecidas de narcotráfico


Camila Stucaluc
A Marinha dos Estados Unidos atacou três embarcações no Pacífico Oriental na noite de segunda-feira (15). A ação, segundo os militares, ocorreu com o aval do secretário de Guerra, Pete Hegseth, após informações de inteligência confirmarem que os navios estavam envolvidos com narcotráfico. Ao todo, oito pessoas foram mortas.
“A inteligência confirmou que as embarcações estavam transitando por rotas conhecidas de narcotráfico no Pacífico Oriental e estavam envolvidas no narcotráfico. Um total de oito narcoterroristas homens foram mortos durante essas ações — três na primeira embarcação, dois na segunda e três na terceira”, disseram os militares do Comando Sul.
Esse é o 22º ataque norte-americano desde setembro, quando o país iniciou uma operação naval contra o narcotráfico no Caribe e no Pacífico, perto das costas da Venezuela e da Colômbia. O presidente Donald Trump acusa cartéis latino-americanos de transportarem drogas para os Estados Unidos pelo mar.
A operação desperta alerta no governo de Nicolás Maduro, que começou a mobilizar militares e milicianos para reforçar o patrulhamento da fronteira. Isso porque o líder venezuelano teme que a operação naval norte-americana seja uma ofensiva disfarçada, com o objetivo de mudar o regime do país à força. Ele acusa Trump de colonialismo.
Essa preocupação aumentou nas últimas semanas devido ao aumento da presença militar norte-americana no Caribe. Além de navios de guerra e submarinos já mobilizados, a Casa Branca enviou caças F-35 à região, bem como o porta-aviões USS Gerald R. Ford, considerado o maior e mais moderno do mundo.
A movimentação militar norte-americana na região também é alvo de críticas por parte da Colômbia. O presidente Gustavo Petro afirmou que os ataques a embarcações violam o direito internacional, uma vez que há um uso desproporcional da força. Defendeu, ainda, que os supostos traficantes deveriam ser levados à Justiça, não assassinados.









