Governo Trump amplia proibição de viagens para estrangeiros nos EUA
Burkina Faso, Níger e Síria estão entre nações com proibição total; Angola, Tonga e Zâmbia entram para lista de restrição parcial


Camila Stucaluc
O presidente Donald Trump assinou, na terça-feira (16), uma proclamação proibindo a entrada de cidadãos de mais cinco países nos Estados Unidos. A medida, que se soma à lista de vetos divulgada em agosto, também impõe novas restrições parciais a estrangeiros de outras 15 nações.
Segundo Trump, a decisão faz parte dos esforços para "fortalecer a segurança nacional” e "proteger os cidadãos norte-americanos”, já que os países listados são considerados de “alto risco” pelo governo. A medida visa ainda endurecer os padrões de triagem e verificação de estrangeiros que pretendem entrar no país.
“Devemos exercer extrema vigilância durante os processos de emissão de visto e imigração para identificar estrangeiros que possam prejudicar nossos interesses. É política proteger nossos cidadãos de estrangeiros que pretendam cometer ataques terroristas, ameaçar nossa segurança nacional, incitar crimes de ódio ou explorar as leis de imigração para fins malévolos”, disse o presidente.
A nova proclamação mantém a proibição já existente para cidadãos de 12 países: Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Duas nações que antes estavam sujeitas apenas a restrições parciais — Laos e Serra Leoa — passam agora a enfrentar restrição total, além de Burkina Faso, Mali, Níger, Sudão do Sul e Síria.
Ainda ficam proibidos de entrar nos Estados Unidos indivíduos portadores de documentos de viagem emitidos pela Autoridade Palestina. Trump justificou a restrição dizendo que “vários grupos terroristas designados pelos Estados Unidos atuam ativamente na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza” — regiões administradas por palestinos.
Em relação às restrições parciais, 15 países foram adicionados à lista, antes composta por Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela. São eles: Angola, Antígua e Barbuda, Benim, Costa do Marfim, Dominica, Gabão, Gâmbia, Malaui, Mauritânia, Nigéria, Senegal, Tanzânia, Tonga, Zâmbia e Zimbábue.
Os países foram repreendidos por não possuírem autoridades competentes para verificação dos vistos, o que, segundo Trump, permite que os imigrantes permaneçam nos Estados Unidos após o vencimento dos documentos. Outras nações, como Burkina Faso, Mali e Nigéria, foram acusadas de abrigar grupos terroristas.
“As restrições e limitações impostas por esta proclamação são, em meu entendimento, necessárias para impedir a entrada ou admissão de estrangeiros sobre os quais o Governo não possui informações suficientes para avaliar os riscos que representam para os Estados Unidos. Nas circunstâncias atuais, sem as restrições e limitações impostas nesta proclamação, a entrada ou admissão de tais estrangeiros é prejudicial ao interesse nacional”, disse Trump.
Ataque em Washington
A medida é mais uma política anti-imigração do governo Trump. Desde que assumiu a Casa Branca, em janeiro deste ano, o republicano reduziu drasticamente os compromissos do país com os requerentes de asilo e determinou a detenção e deportação em massa de imigrantes ilegais.
Os esforços aumentaram nos últimos meses, em resposta ao ataque a tiros próximo à Casa Branca, em Washington, que matou um militar da Guarda Nacional e deixou outro ferido em estado grave. O atirador, detido no local, foi identificado como Rahmanullah Lakanwal, um imigrante afegão em situação irregular no país.
Entre as medidas anunciadas pelo governo está a suspensão por tempo indeterminado dos pedidos de imigração apresentados por cidadãos de países considerados uma ameaça à segurança dos Estados Unidos. A suspensão se aplica a todos os processos de imigração, como pedidos de green card (visto de residência permanente nos Estados Unidos), asilo e cidadania norte-americana.









