Moraes tira sigilo de depoimentos de Bolsonaro e ex-ministros em inquérito sobre tentativa de golpe
Ministro tomou a decisão "diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas sobre os depoimentos"
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou públicos, nesta sexta-feira (15), os depoimentos de militares e civis prestados à Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado planejada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os depoimentos que tiveram o sigilo retirado pelo ministro, estão o de Bolsonaro e o do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes. O magistrado toma a decisão pela derrubada dos sigilos "diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas" sobre os depoimentos prestados à PF por esses militares e civis.
O despacho vem após a divulgação pela imprensa de trechos da oitiva de Freire Gomes na PF. O ex-comandante do Exército falou por 7 horas à corporação em 1º de março. No depoimento, o general confirmou que a "minuta do golpe" encontrada por investigadores na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi a mesma apresentada por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas em reunião em dezembro de 2022.
Confira a lista de depoimentos tornados públicos:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa, da Casa Civil, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022 e general;
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição em 2022;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro e general;
- Carlos Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica e tenente-brigadeiro do ar;
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha e almirante de esquadra;
- Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército e general;
- Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, ex-comandante do Exército e general;
- Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro;
- Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro apontado como membro do "gabinete do ódio";
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército e general;
- Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais recebidos pela Presidência e vendidos pela gestão Bolsonaro e a da suposta fraude nos cartões de vacina da família do ex-presidente;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército preso na investigação sobre fraude em cartões de vacina;
- Amauri Feres Saad, advogado apontado pela CPMI do 8 de Janeiro como coautor da minuta golpista encontrada com Torres;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército demitido da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) após ser alvo da operação Tempus Veritatis;
- Bernardo Romão Correa Netto, coronel do Exército preso na Tempus Veritatis e depois solto provisoriamente por Moraes;
- Cleverson Ney Magalhães, coronel e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário do ramo de tecnologia que ajudou o PL em dossiê que questionou as urnas eletrônicas após o segundo turno das eleições de 2022;
- Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
- Helio Ferreira Lima, tenente-coronel e ex-comandante 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus (AM)
- José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco (SP);
- Laércio Vergílio, general reformado;
- Mario Fernandes, general e ex-ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência;
- Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel.