Enel descarta vender distribuidora de energia em São Paulo
Governos federal, estadual e municipal decidiram iniciar o processo de extinção do contrato com a agência italiana depois que 2,2 milhões ficaram no escuro

Agência SBT
A Enel descartou, nessa terça-feira (23), a venda da concessão para a cidade de São Paulo e Região Metropolitana. Na semana passada, os governos federal, estadual e municipal decidiram iniciar o processo de extinção do contrato com a multinacional italiana depois que 2,2 milhões de clientes ficarem no escuro após um vendaval que atingiu a região no dia 8 de dezembro. Em 2024, uma forte chuva fez algumas regiões ficarem mais de uma semana sem luz.
Em nota, a companhia afirmou ser necessário enfrentar de forma estrutural os desafios relacionados ao fornecimento de energia em uma cidade densamente populosa como São Paulo, e que, com as mudanças climáticas, a Grande São Paulo está cada vez mais exposta a eventos meteorológicos extremos.
A agência falou ainda que para lidar com esses eventos é necessário investimentos maciços, além da implantação em larga escala de uma rede de distribuição subterrânea. Medida essa, segunda a Enel, que requer um plano estruturado e coordenado com as autoridades públicas.
"A empresa está disposta a realizar esses investimentos como parte de uma estratégia compartilhada com todas as instituições envolvidas.", diz um trecho da nota.
O apagão na Grande São Paulo ocorreu após a passagem de um ciclone, que derrubou milhares de árvores, danificou a rede elétrica e deixou mais de 2,2 milhões de imóveis sem fornecimento de energia e rendeu a Enel uma multa de 14,2 milhões do Procon São Paulo.
Segundo o Procon Paulistano, a concessionária já havia sido notificada anteriormente sobre falhas no serviço, mas não adotou as medidas necessárias para garantir a prestação de forma contínua, adequada, eficiente e segura, conforme determina a legislação.
Entre os principais problemas identificados estão falhas no atendimento aos consumidores, interrupções prolongadas no fornecimento de energia e ausência de informações claras e adequadas aos usuários.









