Brasil faz primeiro lançamento comercial em Alcântara com foguete sul-coreano HANBIT-Nano
Entrada do Brasil no mercado de lançamentos; missão leva cinco satélites e três experimentos e ocorre 22 anos após a maior tragédia do setor no CLA


Vicklin Moraes
O foguete sul-coreano HANBIT-Nano, que será lançado neste sábado (22), marca a primeira operação comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
A operação, batizada de Space Ward, é uma parceria entre a empresa sul-coreana Innospace e a Agência Espacial Brasileira (AEB). Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), "o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento".
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O lançamento está previsto para as 15h do dia 22 de novembro, a partir do CLA, e será transmitido pelos canais oficiais da Innospace.
A missão tem como objetivo transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas brasileiras e internacionais. O voo simboliza um passo definitivo para inserir o Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de inovação e atração de investimentos.
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O HANBIT-Nano tem 21,9 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro, pesa quase 20 toneladas e pode transportar até 90 quilos de carga útil.
A integração das cargas começou no dia 10 de novembro, em uma das fases mais decisivas antes do lançamento. Nessa etapa, equipes técnicas realizam testes e verificações para garantir que cada payload – os cinco satélites e os três experimentos – esteja corretamente acoplado ao veículo lançador e funcione de forma estável durante o voo.
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Equipamentos lançados
Entre os dispositivos a bordo está o PION-BR2 – Cientistas de Alcântara, um satélite educacional desenvolvido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com a AEB, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a startup PION. O projeto integra o programa Cientistas de Alcântara, que incentiva estudantes maranhenses a se aproximarem da ciência e da tecnologia espacial.

Avanço em um local marcado por tragédia
O lançamento ocorre no mesmo centro que foi palco da maior tragédia do programa espacial brasileiro. Em 22 de agosto de 2003, uma explosão no CLA matou 21 profissionais durante os preparativos para o lançamento do terceiro foguete nacional VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites).
Uma ignição prematura no primeiro estágio, causada por uma faísca, detonou o foguete na plataforma. O acidente interrompeu projetos e atrasou por anos o desenvolvimento do setor aeroespacial no país.









