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Quatro anos após as eleições de 2020, um cenário quente e atípico

Donald Trump e Kamala Harris protagonizaram uma campanha presidencial marcada por eventos impactantes que desenham um cenário ainda indefinido

Quatro anos após as eleições de 2020, um cenário quente e atípico

05/11/2024 às 10h50 • Atualizado 05/11/2024 às 21h19

Washington DC – Às cinco da manhã, quase nenhum movimento no entorno da sede do poder americano. Há quatro anos, em 2020, a temperatura em Washington DC estava abaixo de zero. Era pandemia e a covid-19 ainda assombrava o futuro da humanidade porque as vacinas, já descobertas, ainda não tinham sido aplicadas. Neste 5 de novembro de 2024 não falamos praticamente mais em covid, mas em guerras e a mínima na capital americana é de 10 ºC. A máxima prevista é de 24 ºC. Quente e atípico assim como o cenário destas eleições.

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Donald Trump tenta voltar à Casa Branca em uma corrida presidencial que começou com outro adversário. Joe Biden desistiu depois da performance em um debate criticado e Kamala Harris foi indicada ao posto da candidatura democrata no dia seguinte ao atentado contra o Republicano na Filadélfia. Trump ainda enfrenta quatro processos criminais que parecem ter se dissipado nas notícias sobre eleições, já que os julgamentos de três ficaram para depois desse processo eleitoral. A audiência do caso de Nova York, onde o Republicano foi condenado, também foi adiada depois que a Suprema Corte deferiu imunidade a presidentes para atos oficiais e a defesa de Trump solicitou ao juiz nova-iorquino que cancele a condenação. São fatos, hoje, em segundo plano. A grande notícia é quem levará a maioria dos delegados na soma de 270 de um total de 538.

Uma corrida páreo a páreo que será decidida em estados chamados chave. São sete: Carolina do Norte, Pensilvânia, Nevada, Wisconsin, Georgia, Arizona e Michigan. Foi ali que ambos concentraram esforços nos últimos dias. Na segunda-feira (4), véspera da eleição, Trump percorreu três estados numa maratona que ele também vivenciou em 2020. Kamala Harris pisou mais no freio. Esteve na Pensilvânia na véspera do dia final e a programação para o dia principal era se reunir com assessores e conceder entrevistas para a rádio.

Na capital dos EUA, moradores fazem fila para votar na Biblioteca Pública de West End, nesta terça-feira (5) | Patrícia Vasconcellos/SBT
Na capital dos EUA, moradores fazem fila para votar na Biblioteca Pública de West End, nesta terça-feira (5) | Patrícia Vasconcellos/SBT

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A reportagem do SBT esteve nos discursos de fechamento de campanha de ambos os candidatos. Trump foi ao Madison Square Garden e lotou o famoso centro de convenções. Quando o evento começou, havia mais gente do lado de fora do que dentro, estando o Madison Square Garden já lotado. Havia latinos, jovens americanos e judeus da comunidade de Williamsburg. O Republicano falou por cerca de uma hora e meia. A reportagem deixou o local do evento quando Trump ainda falava para sentir o clima do lado de fora. Na fachada do Madison Square Garden, telões reproduziam o que se passava lá dentro para uma multidão atenta. Alguns policiais nova iorquinos que trabalhavam tiravam fotos do telão. É inegável que Donald Trump tem o voto não só dos americanos MAGA vistos como extremistas e chamados de um nome pejorativo pelo presidente Joe Biden. Boa parte do país está insatisfeita com a inflação, com a alta dos preços dos alimentos, com as taxas de juros que tornaram o sonho da casa própria algo distante. “Vou mudar a economia para que cada americano possa fazer compras no supermercado, ter um carro na garagem e uma casa própria, algo simples assim”, disse Trump, em um comício recente.

O encerramento da campanha de Kamala Harris, por sua vez, aconteceu na Elipse, área verde posicionada atrás da Casa Branca. Foi ali que o Republicano discursou em janeiro de 2021 no mesmo dia em que apoiadores invadiram o Capitólio. A campanha democrata focou muito nos riscos que Kamala e Walz alertam para o que venha a ser uma segunda gestão Trump. Se os Republicanos levaram ao palco de Nova York figuras conhecidas do partido e empresários como Elon Musk, os Democratas escolheram cidadãos comuns para falar antes de Kamala Harris. Cada um trouxe uma história real. Emocionados, falaram sobre a dor de um aborto feito quando a mãe já corria risco de vida na UTI, sobre um policial que perdeu a vida defendendo o Capitólio, sobre acreditar no potencial da americana que deseja ser a primeira mulher presidente dos Estados Unidos. O clima no encerramento da campanha de Kamala era de tranquilidade, mas americanos ouvidos pela reportagem expressaram apreensão por um resultado que não seja o que eles desejam.

Nesta terça-feira, 5 de novembro, Kamala Harris passará o dia junto a assessores e funcionários da campanha e no fim da tarde irá para a Universidade Howard, onde ela estudou e se formou Bacharel em Artes em 1986. Donald Trump estará em um Centro de Convenções em Palm Beach, na Flórida.

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