TikTok é processado por 14 estados nos EUA por conteúdo prejudicial e viciante para crianças
Procuradores dos estados norte-americanos alegam nas ações que a rede social não protege os jovens, que passam por problemas de saúde mental
A rede social chinesa TikTok foi processada por 14 estados dos Estados Unidos nesta terça-feira (8), acusada de prejudicar e não proteger jovens e crianças.
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As ações foram movidas separadamente e aumentam a disputa legal do TikTok, que pertence à empresa chinesa ByteDance, com os reguladores que já enfrentam a plataforma e buscam aplicar penalidades financeiras contra a companhia.
Os estados alegam que o TikTok utiliza um software intencionalmente viciante, projetado para manter as crianças assistindo pelo maior tempo e com a maior frequência possível, além de distorcer a eficiência na moderação de conteúdo.
“O TikTok cultiva o vício em mídia social para impulsionar os lucros corporativos”, afirmou o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, em uma declaração à imprensa.
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“O TikTok tem como alvo intencional as crianças porque sabe que elas ainda não têm as defesas ou a capacidade de criar limites saudáveis em torno de conteúdo viciante”, acrescentou.
Illinois, Kentucky, Louisiana, Massachusetts, Mississippi, Nova Jersey, Carolina do Norte, Oregon, Carolina do Sul, Vermont e Washington estão entre os estados que estão processando a plataforma de rede social.
Jovens expostos aos anúncios
Os estados também acusam o TikTok de maximizar o tempo que os usuários passam no aplicativo para segmentá-los, ou seja, classificá-los para a exibição de anúncios.
“Os jovens estão enfrentando problemas de saúde mental por causa de plataformas de mídia social viciantes como o TikTok”, disse a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, para a agência de notícias Reuters.
O TikTok se defendeu e discordou dos argumentos de que não protege as crianças, afirmando: "Na verdade, oferecemos salvaguardas robustas para adolescentes e pais."
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Menores viciados em telas
O procurador-geral de Washington DC, Brian Schwalb, alegou também que o TikTok opera um negócio de transmissão de dinheiro não licenciado, utilizando recursos de transmissão ao vivo e moeda virtual.
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Schwalb ainda afirmou à agência de notícias Reuters que a plataforma "é perigosa por design, sendo um produto intencionalmente viciante, projetado para deixar os jovens viciados em suas telas."
No processo do estado de Washington, a acusação inclui a facilitação da exploração sexual de usuários menores de idade, argumentando que a transmissão ao vivo e a moeda virtual do TikTok "operam como um clube de striptease virtual sem restrições de idade".