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Tecnologia

Justiça dos EUA retoma ação de mãe contra o TikTok por morte de criança

Menina morreu ao fazer o "desafio do apagão", que segundo acusação da família, foi assistido na rede social; Caso pode mudar legislação das big techs

Imagem da noticia Justiça dos EUA retoma ação de mãe contra o TikTok por morte de criança
TikTok teria recomendado conteúdo que levou a menina morrer por asfixia | Unsplash
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O Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Terceiro Circuito decidiu que a mãe da menina Nylah Anderson, de 10 anos, que morreu ao tentar o "desafio do apagão", pode processar a rede social TikTok.

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A decisão marca uma mudança sobre como as empresas de tecnologia podem ser responsabilizadas pelos conteúdos distribuídos em suas plataformas sociais.

O que aconteceu?

Nylah Anderson, moradora de Chester, Pensilvânia, costumava consumir vídeos da rede social chinesa, onde dançava e interagia com os conteúdos.

No entanto, em dezembro de 2021, a menina tentou realizar o "desafio do apagão", que viralizou naquele ano, e consistia em crianças usarem objetos domésticos para se asfixiarem até perderem a consciência, compartilhando o feito no TikTok.

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A menina teria assistido aos vídeos do desafio na seção "For You" (para você), que recomenda conteúdos aos usuários. Ela utilizou a bolsa de sua mãe, pendurada no armário, e colocou o pescoço na alça.

Sua mãe encontrou Nylah desacordada, e a menina faleceu cinco dias depois em um hospital infantil da região.

Nylah Anderson, 10 anos, morreu em 2021 após uma suposta recomendação do TikTok ao desafio do apagão | Reprodução/The Philadelphia Inquirer
Nylah Anderson, 10 anos, morreu em 2021 após uma suposta recomendação do TikTok ao desafio do apagão | Reprodução/The Philadelphia Inquirer

Processo foi rejeitado inicialmente

A mãe de Nylah, Tawainna Anderson, entrou com um processo contra o TikTok e a empresa responsável pela rede social, a ByteDance, sob a alegação de que a plataforma permitiu a circulação de vídeos perigosos, apesar dos riscos conhecidos.

A acusação reforça que o algoritmo do TikTok teria promovido o "desafio do apagão" diretamente para a menina de 10 anos, o que levou à sua morte.

O juiz distrital inicialmente rejeitou o processo, citando a Seção 230, uma lei federal que protege plataformas de processos relacionados a conteúdos gerados por terceiros.

Juiza Patty Shwartz alegou que TIkTok pode responder pela morte da menina por causa do algoritmo de recomendação | Divulgação/Foto de 2004
Juiza Patty Shwartz alegou que TIkTok pode responder pela morte da menina por causa do algoritmo de recomendação | Divulgação/Foto de 2004

Porém, em uma nova decisão, o Tribunal de Apelações discordou, e a juíza Patty Shwartz argumentou que, embora a rede social não possa ser processada pela hospedagem dos vídeos do "desafio do apagão", o TikTok pode ser responsabilizado pelo seu algoritmo, que promoveu o conteúdo perigoso para a criança.

"O TikTok fez escolhas editoriais ao recomendar conteúdos específicos para usuários individuais, o que configura um discurso próprio da empresa", afirmou a juíza.

Abertura de precedente

Essa decisão pode se tornar um marco, abrindo precedentes para futuras ações contra empresas de mídia social.

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"Essa decisão é a mais abrangente até o momento no que diz respeito à responsabilidade das plataformas pelos conteúdos promovidos por seus algoritmos", disse Amy Landers, diretora do programa de direito de propriedade intelectual da Universidade Drexel, ao The Philadelphia Inquirer.

Agora, o caso volta ao tribunal de primeira instância, onde a mãe de Nylah tentará provar que o algoritmo do TikTok foi determinante para a morte de sua filha.

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